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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Depois de brigar no Brasil, Boca vive nova confusão no Campeonato Argentino

Atlético-MG eliminou o Boca Juniors na Libertadores - GettyImages
Atlético-MG eliminou o Boca Juniors na Libertadores Imagem: GettyImages

Colunista do UOL

24/07/2021 10h07

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Depois do tumulto que marcou sua eliminação na Libertadores para o Atlético-MG na Libertadores na última terça-feira (20), o Boca Juniors vive agora uma nova confusão, desta vez pelo Campeonato Argentino.

A situação é tão crítica que o jornal "Olé" nas bancas de Buenos Aires neste sábado (24) chama a situação de "espiral de loucura".

Pela briga do Mineirão e pelas 13 horas em um ônibus na frente de uma delegacia de Belo Horizonte, o Boca rompeu, segundo o Ministério de Saúde da Argentina, a "bolha sanitária" que permitiria ao time voltar normalmente às suas atividades na chegada a Buenos Aires. Ou seja: se o time engolisse a bronca e voltasse à Argentina sem a confusão, nada do que está acontecendo atrapalharia o fim de semana da equipe no Campeonato Argentino.

O adiamento do jogo contra o Banfield (hoje às 20h15 no Estádio Florencio Sola, casa do Banfield) era dado como certo no meio da semana - afinal, há um histórico de cooperação da AFA (Associação de Futebol Argentino) e da LPF (Liga Profissional de Futebol, organizadora do Campeonato Argentino) com os clubes do país que participam de competições internacionais. Mas como a situação é determinada pelo governo do país, nenhuma das duas entidades pôde fazer nada para ajudar o Boca.

Péssima gestão

Considerando que não rompeu nenhuma bolha, o Boca contestou a decisão do Ministério de Saúde e solicitou, fora do prazo determinado, que fosse feito um "corredor" que permitisse ao clube jogar neste sábado contra o Banfield com os mesmos atletas que atuaram em Belo Horizonte.

Com a demora do pedido e a negativa do Ministério de Saúde, o time será obrigado a continuar isolado no Hotel Intercontinental até a próxima quarta-feira, quando se completam os sete dias da volta do elenco a Buenos Aires.

O Boca insistiu na noite de ontem enviando uma carta à LPF solicitando o adiamento da partida, o que foi negado pela Liga. A situação é grave. Depois de se indispor com a Conmebol pela eliminação na Libertadores, o Boca conseguiu, em sua volta ao país, criar novos entreveiros com a Liga Profissional que organiza o Campeonato Argentino e até com o governo do país.

A única entidade que está disposta a colaborar com o clube é a AFA (Chiqui Tapia, presidente da Associação, é declaradamente torcedor da equipe).

O Boca ainda não definiu como seguirá seu final de semana. A primeira possibilidade é não se apresentar para jogar neste sábado, o que causaria a derrota por WO e até um eventual rebaixamento em caso de reincidência.

A segunda hipótese trabalhada pelo clube é usar a categoria chamada de "Reserva" (que inexplicavelmente jogou ontem contra o Banfield como se nada estivesse acontecendo).

A confusão toda dos últimos dias faz a opinião pública lançar pesadas críticas a Juan Román Riquelme, vice-presidente de futebol do Boca, que tem ao seu lado uma série de ex-jogadores (entre eles os seus antigos companheiros de elenco Jorge Bermúdez e Raúl Cascini) que não sabem como lidar com os bastidores do futebol profissional moderno.

Outro que recebe pesadas críticas é o presidente de fato, Jorge Ameal, que não confronta Riquelme e permite ao Boca viver aquele que é apontado como um dos momentos institucionais mais críticos dos 116 anos de história do clube mais popular da Argentina.