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Tales Torraga

REPORTAGEM

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7 histórias para esquentar o Argentina x Chile de hoje pelas Eliminatórias

Lionel Messi, da Argentina, se envolve em confusão com Gary Medel, do Chile, na disputa pelo terceiro lugar da Copa América na Arena Corinthians - Nelson Almeida/AFP
Lionel Messi, da Argentina, se envolve em confusão com Gary Medel, do Chile, na disputa pelo terceiro lugar da Copa América na Arena Corinthians Imagem: Nelson Almeida/AFP

Colunista do UOL

03/06/2021 12h00Atualizada em 03/06/2021 13h32

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A Argentina recebe o Chile hoje (3), em Santiago del Estero, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022. O jogo começa às 21h e terá transmissão ao vivo na TV fechada pelo SporTV.

Segunda colocada nas Eliminatórias, a Argentina busca a liderança, hoje com o Brasil, que só joga na sexta-feira. A seleção chilena vem na sexta posição.

Argentina e Chile mantêm uma das rivalidades mais acirradas do continente - ao menos para os argentinos, é a mais pesada das rixas com as equipes sul-americanas. A coluna explica com sete histórias:

Guerra das Malvinas

Conversar em Buenos Aires sobre qualquer embate Argentina x Chile exige ouvido e estômago para lidar com os sérios insultos portenhos destinados aos chilenos. E a razão disso é a Guerra das Malvinas, ocorrida em 1982. A Argentina vivia sob uma ditadura militar, estabelecida por um golpe de Estado em 1976. O regime já estava desgastado, especialmente pela crise econômica a que arrastara o país. Nesse sentido, o ataque às ilhas foi uma forma de estimular o nacionalismo dos argentinos, angariando simpatias ao governo do general Leopoldo Galtieri e canalizando os descontentamentos para um inimigo externo, no caso os ingleses.

O Chile, sob a ditadura de Augusto Pinochet, colaborou com os esforços de guerra britânicos, por causa de uma disputa territorial que alimentara com os argentinos, em 1978. Tal atitude gera até hoje comentários raivosos de argentinos contra chilenos chamando-os de "traidores" e incitando músicas de ódio. E ambas as torcidas tinham o costume de vaiar com fúria o hino contrário. No cume da ignorância coletiva, a família de Lionel Messi foi agredida no Estádio Nacional de Santiago na decisão da Copa América de 2015, vencida pelos chilenos em casa.

Farpas entre jogadores

Nos últimos anos, pelos dois títulos chilenos frente aos argentinos nas edições de 2015 e 2016 da Copa América, os jogadores de ambas as seleções trocaram declarações pesadas entre si. Uma das mais famosas foi entre Carlitos Tevez e Arturo Vidal. ''A Argentina não tem rival, o Chile não é concorrente'', falou Tevez. ''Está no direito dele de torcedor'', ironizou Vidal, tripudiando o argentino por ele não ser chamado para a seleção.

Desconfiança

A animosidade dos argentinos perante os chilenos ocorre também nos clubes do futebol local. Quando Marcelo Salas acertou com o River Plate em 1996, o negócio quase não saiu, por conta da cabeça pequena dos dirigentes. "E desde quando chileno dá certo na Argentina?", pensavam. Deu tão certo que o Monumental cansou de explodir de gritar "Chileeeeno" em homenagem ao "Matador" Salas.

Mercado escancarado a uruguaios e colombianos, a Argentina recebe poucos valores vindos do Chile. E se Salas é a principal exceção no River Plate, no Boca dá para resgatar Gary Medel, que defendeu o clube entre 2009 e 2011 e é muito famoso pela briga em que foi mordido por Marcelo Gallardo.

Na dupla Boca-River, o chileno do momento é o zagueiro Paulo Díaz, que chegou a ser capitão da seleção de seu país e não consegue se firmar como titular em Núñez mesmo com quase dois anos sob o comando de Gallardo.

Cão herói

Colo-Colo x Boca, semifinal da Libertadores 1991, entrou para a história dos confrontos Chile x Argentina quando a polícia de Santiago soltou um cachorro para morder as nádegas de Navarro Montoya, goleiro do Boca. Prova da rusga exacerbada, o cão ganhou até um santuário da torcida do Colo-Colo, algo que os chilenos mais fanáticos sempre fazem questão de lembrar quando encaram algum time argentino ou a própria seleção rival.

Técnico (enfim) de fora

A seleção chilena há alguns anos prefere técnicos de outra nacionalidade que não a argentina. As desavenças já citadas não impediram a contratação de nomes como os argentinos Marcelo Bielsa (2007 a 2011), Claudio Borghi (2011 a 2012), Jorge Sampaoli (2012 a 2016) e Juan Antonio Pizzi (2016 a 2017). O colombiano Reinaldo Rueda (de 2018 a 2020) foi substituído pelo uruguaio Martín Lasarte, que fará hoje sua segunda partida no comando da equipe. Sua estreia foi em um amistoso em março com um 2 a 1 sobre a Bolívia na cidade chilena de Rancagua.

Fila argentina

A Argentina não conquista um título profissional desde 1993, quando faturou a Copa América. Esta fila de impensáveis 28 anos só existe porque o Chile esteve no caminho da azul e branca nas decisões da Copa América realizadas em 2015 e 2016, quando Messi e companhia foram derrotados nos pênaltis ante um Chile que conquistou então seus primeiros (e até então únicos) dois títulos na competição.

Messi x Medel

Astro argentino, Lionel Messi se envolveu em confusão com Gary Medel na disputa pelo terceiro lugar da Copa América na Arena Corinthians em 2019. Ambos trocaram empurrões e foram expulsos. As polêmicas com Medel não ficaram restritas ao lance. O chileno se irritou com as críticas da torcida após a cerimônia de premiação e atirou um chiclete na direção do público.

Ambos estarão em campo hoje. As seleções devem começar a partida com as seguintes escalações:

Argentina - Emiliano Martínez; Juan Foyth, Cristian Romero, Lucas Martínez Quarta e Nicolás Tagliafico; Leandro Paredes, Lucas Ocampos e Rodrigo De Paul; Lionel Messi, Ángel Di María e Lautaro Martínez. Técnico: Lionel Scaloni.

Chile - Claudio Bravo; Mauricio Isla, Gary Medel, Guillermo Maripán e Eugenio Mena; Erick Pulgar, Tomás Alarcón e Charles Aránguiz; Luis Jiménez; Alexis Sánchez e Eduardo Vargas. Técnico: Martín Lasarte.