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Tales Torraga

REPORTAGEM

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O que mudou no Boca Juniors desde o vexame contra o Santos na Vila Belmiro

Boca treina em seu CT para enfrentar o Santos - Divulgação Boca Juniors
Boca treina em seu CT para enfrentar o Santos Imagem: Divulgação Boca Juniors

Colunista do UOL

27/04/2021 07h02

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Faz três meses e 14 dias desde que o Santos despachou o Boca Juniors da semifinal da Libertadores com o histórico 3 a 0 da Vila Belmiro. Uma revolução no clube portenho e mudanças decorrentes do vexame? Que nada. A pandemia e o calendário acelerado impediram qualquer reformulação, mas o Boca que volta a medir forças com o Santos hoje (27) às 21h30 (de Brasília) na Bombonera tem, sim, mudanças consideráveis com relação ao time da semifinal. A coluna apresenta as principais:

GOLEIRO. Andrada, que vinha na sua melhor fase, sendo pedido até na seleção, colecionou erros no último mês. Quando foi substituído pelo correto Agustín Rossi nas semanas passadas, nem causou lamento na torcida. Andrada teve contato estreito com um infectado de covid e acabou perdendo a titularidade - agora ele voltou a ter condições de jogo, e ainda assim o técnico Miguel Ángel Russo se animou a escalá-lo.

DEFESA. O 3 a 0 para o Santos foi o único momento de fraqueza da retarguarda xeneize, que segue sendo o ponto forte da equipe. A dupla central, Licha López e Cáli Izquerdoz, é a mais firme da Argentina, mas falha na saída de jogo. São os mesmos das semifinais, mas as laterais vêm com mudanças. Jara, na direita, tem sido preterido em favor de Buffarini, que anda dividindo até com a cabeça. Outra possibilidade no posto é o uso do volante improvisado Capaldo. Na esquerda, Fabra segue cumprindo suspensão pelo pisão lamentável em Marinho. Seu lugar seria ocupado por Más, no limite por uma lesão, e é mais provável que seja escalado Agustín Sandez, de 20 anos, vindo da base.

MEIO-CAMPO. Medina, Varela e Almendra são hoje os titulares, e nenhum deles atuou sequer como reserva na Vila. São jovens da base e estão aproveitando bem a chance com um futebol combativo e dinâmico. A idade do trio é chamativa: Varela tem 18 anos; Medina, 19, e Almendra, 21.

ATAQUE. Carlitos Tevez segue na equipe, mas bem longe da sua melhor fase. A entrada dos garotos no meio lhe ofereceu um novo fôlego, mas ele por vezes demonstra não estar à altura dos demais no físico. E o que ele faz? Compensa na raça e nas infames divididas violentas. Pela esquerda está hoje o melhor jogador do Boca, o colombiano Villa, rapidíssimo e definindo como um verdadeiro craque. Na direita há a dúvida entre Obando (outra prata da casa, de 21) e Soldano, um atacante combativo, mas que só marcou um gol em 9 partidas na temporada.

Na Vila, o Boca titular foi no 4-4-2: Andrada; Jara, López, Izquierdoz e Fabra; Campuzano, González, Salvio e Villa; Tevez e Soldano.

Hoje, o time se perfila para um 4-3-3: Rossi; Capaldo (Buffarini), López, Izquierdoz e Sandez (Buffarini); Medina, Varela e Almendra; Villa, Tevez e Soldano (Obando).

Dos titulares da semifinal, as ausências são Fabra, que está suspenso; Campuzano, com covid; e González e Salvio, que se recuperam de lesões.

O técnico Miguel Ángel Russo segue no cargo. Aos tropeções e mesclando críticas com atuações convincentes, especialmente depois da entrada dos garotos, há duas semanas.

O Boca hoje ocupa a segunda colocação da sua chave no Campeonato Argentino, com 19 pontos, seis atrás do Vélez, e tem como obstáculo a maratona de jogos: em uma semana, atuou na altitude de 3.600 metros de La Paz (ganhou por 1 a 0 do The Strongest), jogou fora de casa contra o Huracán pela Copa da Liga Argentina (venceu por 2 a 0 com quase todos os titulares) e agora volta a campo para enfrentar o Santos.