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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Em 2017, Holan pediu demissão do Independiente e voltou atrás 3 dias depois

Ariel Holan em treino do Santos incentiva protocolo de segurança contra a covid-19 - Ivan Storti/Santos FC
Ariel Holan em treino do Santos incentiva protocolo de segurança contra a covid-19 Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Colunista do UOL

26/04/2021 11h02Atualizada em 26/04/2021 11h34

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Inesperada, mas com um antecedente bem claro em sua carreira. Assim pode ser definido o pedido de demissão do técnico Ariel Holan do Santos na manhã desta segunda-feira (26).

No final de 2017, exatamente uma semana depois de conquistar a Sul-Americana pelo Independiente e reconduzir a equipe à Libertadores da América, ele também pediu demissão - mas voltou atrás e reassumiu o cargo apenas três dias depois.

Holan publicou uma carta em 20 de dezembro dizendo que vinha sendo ameaçado pelos barras bravas (torcedores violentos) do clube. "É inconcebível que o técnico e sua família tenham que andar com escolta policial. É uma situação que não estou disposto a tolerar nem a conviver com ela", afirmava Holan na carta divulgada nas redes sociais.

Então com 57 anos e recém-casado, ele se deslocava por Avellaneda, no subúrbio de Buenos Aires, sempre com uma pesada escolta, assim como sua família. O chefe de uma das "barras" do Independiente era Pablo "Bebote" Álvarez, que chegou a invadir o carro do treinador exigindo 50.000 dólares para viajar à Copa do Mundo da Rússia, disputada no ano seguinte. Holan prestou depoimento, mas as intimidações continuavam mesmo depois de ganhar a Sul-Americana. Na ocasião, o UOL Esporte noticiou sua saída desta maneira.

Ao contrário do seu então pedido de demissão, a volta ao Independiente não teve motivos revelados - e o técnico apenas se limitou a dizer em entrevistas posteriores que a diretoria havia olhado com atenção para a sua segurança, que seria reforçada a partir dali. Em 23 de novembro, mediante uma postagem nas redes sociais, o clube anunciava a sua continuidade, e Holan comandou a equipe até 30 de maio de 2019.

Embora sua continuidade não tivesse uma versão oficial sua, o diário "Olé" publicou na época que Holan voltou atrás pelos pedidos dos torcedores do Independiente nas redes sociais. Também pesou na sua decisão perceber que o clube não tinha um "plano B" para disputar a Libertadores 2018. Com Holan enfim no cargo, o time foi eliminado só nas quartas de final, no Monumental, pelo River Plate, que acabaria campeão.