Topo

Tales Torraga

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Por que o River Plate é favorito ao título pela sétima Libertadores seguida

Casco, Maidana e Díaz treinam pelo River Plate - Divulgação River Plate
Casco, Maidana e Díaz treinam pelo River Plate Imagem: Divulgação River Plate

Colunista do UOL

22/04/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O River Plate abre sua Libertadores nesta quinta-feira (22) enfrentando o Fluminense, às 19h (de Brasília), no Maracanã. Ao menos entre os argentinos, o time comandado por Marcelo Gallardo arranca a competição como o grande favorito ao título - foi semifinalista, afinal, nos últimos quatro anos, conquistando o histórico título de 2018 contra o Boca Juniors.

A coluna cita os cinco motivos que dão respaldo à análise que põe o River como o favorito ao título da Libertadores pela sétima (!) edição seguida. A sequência começou em 2015, na esteira do título da Sul-Americana de 2014.

MARCELO GALLARDO. O técnico hoje é mais importante no River que o próprio presidente. Prestes a completar sete anos no cargo, ele já demonstrou todo o repertório que o coloca como uma lenda vigente no futebol argentino. Já disse "não" até ao Barcelona para seguir seu verdadeiro caso de amor com o clube de Núñez. Sua mera presença é suficiente para impor respeito e exigir o máximo de qualquer atleta. Consegue manter o altíssimo nível de trabalho mesmo com as constantes mudanças de elenco.

JOGADORES INTELIGENTES. A grande diferença do River para o Boca nos últimos anos é a verdadeira inexistência de escândalos e condutas negativas fora de campo. Os mais velhos - Armani, Pinola, Maidana, Casco, Ponzio, Enzo Pérez... - são os verdadeiros "técnicos em campo" e no vestiário. Não há espaço para molecagens - a única foi a lamentável expulsão de Carrascal contra o Palmeiras na semifinal de ida da Libertadores do ano passado.

EXPERIÊNCIA E JUVENTUDE. As categorias de base do River são historicamente vistas como ouro puro. E os talentos continuam brotando, como o lateral Montiel, o volante Simón e os atacantes Beltrán e Girotti. Os jovens encontram respaldo nos veteranos já citados e em contratações certeiras como De La Cruz, Borré e Suárez.

5-0 NO BOCA. A sensação de confiança do River vai demorar para sofrer um abalo. Nem perder a Libertadores para o Flamengo no finalzinho estremeceu o idílio do clube com sua fervorosa torcida. A razão para isso está nas cinco vitórias seguidas sobre o Boca em eliminações diretas. A lista começa em 2014 (semifinais da Sul-Americana) e segue por 2015 (oitavas da Libertadores), 2018 (campeão da Supercopa Argentina e da Libertadores) e 2019 (semifinal da Libertadores). O crédito vai demorar para se esgotar.

PAZ POLÍTICA. O River terá eleições presidenciais em dezembro e mesmo assim há tranquilidade nos bastidores do clube. Rodolfo D'Onofrio, atual mandatário, vai se despedir do clube e salvo surpresa vai designar seu sucessor. O trabalho é organizado e vitorioso demais para ser rompido.

As Libertadores do ciclo Gallardo:

2021 - ?
2020 - semifinalista (eliminado pelo Palmeiras)
2019 - vice-campeão (perdeu para o Flamengo)
2018 - campeão
2017 - semifinalista (eliminado pelo Lanús)
2016 - oitavas de final (eliminado pelo Independiente del Valle)
2015 - campeão

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL