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Tales Torraga

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Instável, Boca começa Libertadores correndo risco de cair fora logo de cara

Miguel Ángel Russo acompanha treino do Boca - Divulgação Boca Juniors
Miguel Ángel Russo acompanha treino do Boca Imagem: Divulgação Boca Juniors

Colunista do UOL

21/04/2021 04h00

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Clube de maior torcida da Argentina, o Boca Juniors abre às 19h (de Brasília) de hoje (21) a sua participação na Libertadores. A estreia da equipe do técnico Miguel Ángel Russo será na Bolívia, na altitude de 3.600 metros de La Paz, contra o The Strongest. A opinião unânime entre os portenhos é que o time andou para trás com relação à última Libertadores, fechada com 3 a 0 e vexame diante do Santos na semifinal realizada na Vila Belmiro.

(Sem falar no sufoco diante do Inter, nas oitavas, e ante o Racing, nas quartas.)

A acidez na análise é tamanha que não são poucos os comentaristas argentinos que veem o time com risco de cair fora ainda na primeira fase. Além de Boca e Strongest, o Grupo B tem o Santos e o Barcelona de Guayaquil, que podem perfeitamente encarar e superar esta versão aturdida dos xeneizes.

O primeiro a se observar no Boca é justamente o camisa 1: o goleiro Andrada vive má fase e será substituído na estreia por Agustín Rossi, que foi sondado pelo Grêmio. A defesa continua sólida o suficiente para pelo menos lidar com os times argentinos, mas a criação da equipe vem sendo pavorosa especialmente nos jogos na Bombonera, quando o Boca atua como time pequeno e espera o ataque de elencos modestos como o Unión (perdeu por 1 a 0) e o Talleres (caiu por 2 a 1) para contra golpear e fazer seus gols.

O time tem uma série de desfalques para esta estreia. Por covid positivo ou contato estreito estarão ausentes o goleiro Andrada (que poderia ser sacado mesmo saudável), os zagueiros Zambrano e Rojo, o volante Campuzano e o meia Cardona. Estão lesionados: Zárate, González, Salvio e Pavón. Tevez será poupado da altitude, e o lateral Fabra está suspenso por pisar em Marinho.

A solução encontrada por Russo vem saindo da base, e os meio-campistas responderam com a boa dinâmica de Almendra, Medina, Varela e Obando.

O ataque segue sem um centroavante nato depois da saída de Ábila para a MLS. Cavani continua sendo um mero sonho; o volante uruguaio Torreira, outro.

Questionado pela pobreza tática e por conceitos que muitos enxergam como ultrapassados, o técnico Russo lida com um grupo apático e com uma diretoria desorganizada nas mãos de Juan Román Riquelme, que muitas vezes parece não ter tirado a camisa 10 para comandar de fato um clube de tamanho porte.

Tevez, com 37 anos e beirando a aposentadoria, já não faz a diferença nem no futebol local. Carlitos estreou pelo Boca ainda em 2001 - querer demais dele é a prova cabal de falta de planejamento para conquistar a sétima taça e empatar com o Independiente como maior campeão da Libertadores.

Os 11 titulares desta noite indicam a dificuldade do Boca. O time está perfilado para um 4-4-2 básico: Rossi; Buffarini, López, Izquierdoz e Más; Almendra, Varela, Medina e Obando; Villa e Soldano.

(E salve-se quem puder ante Barcelona e Santos sem os três pontos de hoje.)