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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Ídolo de Rogério Ceni, Navarro Montoya aplaude título do pupilo: "Façanha"

Navarro Montoya, ex-goleiro do Boca e ídolo de Rogério Ceni - Divulgação CABJ
Navarro Montoya, ex-goleiro do Boca e ídolo de Rogério Ceni Imagem: Divulgação CABJ

Colunista do UOL

26/02/2021 12h00

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A identificação com a Argentina é tamanha que muitos até se enganam, mas o ex-goleiro Navarro Montoya nasceu na Colômbia. Outra lembrança que resvala no esquecimento é a sua influência sobre Rogério Ceni. O técnico campeão brasileiro pelo Flamengo revelou em seu livro Maioridade Penal que foi a eficiência de Montoya nas reposições de bola do Boca Juniors que o incentivou a treinar com os pés - e a admiração passou também pelos chamativos uniformes que Rogério copiou quando já era um titular no gol do São Paulo.

Montoya se define hoje como um "futebolista, goleiro, treinador, formador, dissertante, diretor, assessor e consultor esportivo". Sua novidade em Buenos Aires é a chegada de um Centro de Futebol que vai treinar goleiros (e goleiras!) a partir de seis anos "com a mais idônea e moderna metodologia".

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Logo da escola de goleiros de Navarro Montoya na Argentina
Imagem: Divulgação

Entre as tarefas necessárias para a implantação do seu espaço na capital portenha, Montoya aplaudiu a notícia do título de Rogério Ceni com o Flamengo: "É uma façanha, sem dúvida", comentou o ex-goleiro de 54 anos, à coluna.

"Que ele repita como treinador o sucesso que teve como atleta é algo que merece muito respeito. O brasileiro é apaixonado por futebol como o argentino, o olhar é exigente demais, mas o reconhecimento precisa existir."

Montoya fala com conhecimento de causa. Depois de fechar o gol do Boca por oito anos e passar também por Vélez Sarsfield, Indepediente e Athletico Paranaense, ele se arriscou como técnico do Chacarita Juniors e durou apenas seis meses.

Tal experiência faz olhar para Rogério com ainda mais admiração: "Ele foi um goleiro que marcou uma época, e esse êxito como treinador diz muito sobre sua persistência e competência em novos ambientes", resumiu.

O olhar diplomático de Montoya é famoso na Argentina. Goleiro extremamente disciplinado, levou sua ponderação à imprensa espanhola e resistiu às ebulições como dirigente do Boca. Um lema que faz questão de repetir no Twitter é "o futebol une". Nesta linha, aprova a chegada de técnicos como Hernán Crespo e Ariel Holan ao Brasil.

O apelido de "mono" ("macaco") conquistado com as acrobacias debaixo das traves, agora se aplica às respostas saltitantes às polêmicas: "A troca de ideias vai ser valiosa para os clubes e para os técnicos, Brasil e Argentina são gigantes, e esta aproximação faz bem a toda a América do Sul. Todo mundo sai ganhando".

E o ídolo de Rogério Ceni vê o pupilo dirigindo na Argentina? "Ele agora é campeão, terá poder de decisão. A Argentina sempre absorveu e desenvolveu conhecimento, a pandemia está aí, claro, mas o país segue aberto a quem se interessar", finalizou Montoya - ele mesmo um exemplo prático do que diz.