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Carrasco do Brasil em 90: Caniggia supera luto e recomeça vida aos 54 anos
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Acostumado a bagunçar as defesas com rapidez e coragem, Claudio Paul Caniggia sentiu-se em 2020 como um dos zagueiros que o enfrentava. O ano que complicou o planeta todo foi ainda mais duro para o "Pássaro", apelido dos tempos em que voava em campo. Lutando contra a depressão e ouvindo sua ex-mulher o chamar publicamente de "baleia gorda", "viciado em pó" e "acompanhante de travesti", pelo seu novo relacionamento com uma jornalista argentina, Cani ainda enfrentou a inesperada morte do amigo Diego Maradona, definindo a perda como o "desaparecimento da sua alma gêmea".
Depois de se exilar no México e evitar comparecer ao funeral de Maradona para não expor sua fragilidade, Caniggia, aos 54 anos, se refez com a ajuda da namorada, que o obrigou a voltar aos treinos físicos e às "cerimônias maias".
"É um ritual sagrado, descalços na areia, espiritual e romântico", disse Sofía Bonelli, atual companheira do ex-jogador, 26 anos mais nova, à revista Hola.
"Recomeçando por dentro e com a pinta de sempre por fora", como também definiu Sofía, o carrasco do Brasil na Copa de 1990 reapareceu de surpresa ontem em Buenos Aires. Vestia camiseta preta do Guns N' Roses, exibia a inconfundível cabeleira loira, calças rasgadas e um sapatênis negro com caveiras. O visual mais propício ao rock que ao futebol despistava, mas foi assim que Caniggia estreou como empresário de jogadores - um de seus clientes, o xará meio-campista Claudio Jacob, foi apresentado no Huracán.
Desajeitado, Cani compareceu ao Palacio Ducó, palco dos eventos de Evita Perón e cenário do filme O Segredo dos seus Olhos, ganhador do Oscar em 2010. Seu cargo formal agora é assessor da empresa espanhola Capital Group Sport Management. Evitando a imprensa, fugiu das polêmicas familiares - seu filho de 28 anos, figurinha carimbada nos programas sensacionalistas da TV argentina, o trata como um "lixo humano filho da puta" pela atual distância.
Foi a primeira aparição de Caniggia em um estádio na Argentina desde o Gimnasia x River de setembro de 2019, quando esteve em La Plata para ver o amigo Maradona como técnico. "É f..., louco, não é fácil, primeira vez num gramado sem ele, a superar, a su-pe-rar...", deixou escapar, sem ninguém perguntar, aos que estavam no Ducó, obviamente se referindo a Diego.
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