Topo

Tales Torraga

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Por que Hernán Crespo é tratado na Argentina até hoje como 'Valdanito'?

Daniel Passarella (e seu inseparável cigarro), Tolo Gallego e Hernán Crespo na Bombonera em 1994 - Reprodução Clarín
Daniel Passarella (e seu inseparável cigarro), Tolo Gallego e Hernán Crespo na Bombonera em 1994 Imagem: Reprodução Clarín

Colunista do UOL

13/02/2021 08h49Atualizada em 13/02/2021 09h15

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Quem acompanhou a Argentina repercutir a chegada de Hernán Crespo ao São Paulo percebeu que o ex-atacante é tratado no país até hoje como "Valdanito", apelido que o acompanha desde o começo de carreira, em 1993.

Em 1996, ao ser campeão da Libertadores pelo River Plate com apenas 20 anos, Crespo explicou o apelido à revista El Gráfico: "Foi Passarella [Daniel, técnico que o fez estrear] que inventou. Ele dizia que eu parecia Valdano [Jorge, ex-atacante da seleção] pela forma de correr e de me expressar".

"O engraçado foi que Daniel não disse a mim, eu soube quando li na imprensa. Para apelido no campo é muito longo, então ficou só para os jornalistas", seguiu. Em 2009, também à El Gráfico, Crespo atualizou: "Meus companheiros me chamam de Herny, por Hernán, ou Bomber, que usam muito na Europa".

"Ainda sobre o Valdanito, tive a satisfação de encontrá-lo em um Real Madrid x Lazio, e também já participei de programas de rádio com ele, sempre me elogiando muito", concluiu Hernan, relembrando que seu primeiro sobrenome é Jorge como o do histórico atacante: Hernán Jorge Crespo.

Chamado de "Filósofo" por ser leitor voraz e pela propensão ao conhecimento, Valdano foi campeão da Copa de 1986, marcando inclusive um gol na final contra a Alemanha. Na Argentina, jogou em apenas um clube, o Newell's Old Boys, de 1973 a 1975, logo se transferindo para a Espanha, onde vive até hoje.

Até hoje também é muito forte a propensão dos argentinos aos apelidos - no futebol e na vida comum. Entre as muitas invenções dos vizinhos no tratamento aos seus jogadores vale a pena citar o "Pulga", para Lionel Messi, e "Diez" ou "Dios", para Maradona. Mas ninguém conseguiu superar o brilhante apelido dado a Alfredo Di Stéfano, que era chamado de "Saeta Rubia" - a "Flecha Loira", pela rapidez e cor dos seus cabelos no River Plate e no Real Madrid.