Argentina nunca mais: a dor de Sanfilippo, 85, astro ante o Santos de Pelé
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Quem viu, garante que foi um dos maiores atacantes da história. Os arquivos tampouco sugerem dúvidas. O argentino José Sanfilippo cravou seu nome até mesmo contra um dos maiores times de todos os tempos. Fez três gols (em dois jogos) no Santos de Pelé na decisão da Libertadores de 1963, vencida pelo Alvinegro que neste sábado tenta mais uma taça continental.
Além do Boca que defendia na ocasião, Sanfilippo brilhou por San Lorenzo (maior artilheiro da história do clube), seleção argentina, Nacional (do Uruguai), Bangu e Bahia (entre 1968 e 1971). Hoje com 85 anos (fará 86 em maio), tem uma ideia fixa bem distante do futebol. Ele quer deixar a Argentina de qualquer jeito depois de seu apartamento ser saqueado na semana passada no bairro de Caballito, em Buenos Aires.
"Estamos angustiados e vulneráveis. José está muito, muito sensível", contou María del Carmen Parra, mulher de Sanfilippo, ao canal de TV Todo Notícias. "Antes vinham duas pessoas, agora vieram oito. É muito. Entram, saem e voltam a entrar. E ninguém os vê. Foram muito silenciosos, profissionais, até, pois entraram quando sabiam que não estávamos. Sanfilippo tem muito medo pelo seu filho, que vive na Argentina. O outro está na Espanha, por isso ele insiste em ir para lá, vamos deixar o país", seguiu a esposa do ex-jogador.
"Não saímos mais de casa, temos medo. Levaram tudo o que José tinha como lembrança, desde uma medalha recebida por Perón até um anel que ele comprou aos 18 anos. Isso não se recupera. Não queremos mais esta vida."
Nem a pandemia e o grupo de risco vão interferir na decisão de Sanfilippo: "A questão é quando, e não como. Já acionamos a família e todo mundo que pode nos ajudar, é terrível passar pelo que passamos".
Além de um dos principais jogadores de seu tempo, Sanfilippo foi também um polêmico comentarista, repreendido no ar até mesmo por Diego Maradona em uma discussão sobre a violência do zagueiro Oscar Ruggeri em 1996. Tido pelos compatriotas como o "Romário argentino" pela capacidade de definição e pela língua venenosa, Sanfilippo era contundente ao definir sua carreira: "Fui um fenômeno, comparável a Messi. E quem critica a gente é burro".
O atacante argentino entrou para a história também como o primeiro carrasco do Brasil na Libertadores. Foi no Bahia x San Lorenzo de 1960 - de tão brilhante, seu desempenho gerou até um desembarque oito anos depois em Salvador, tema desta ótima reportagem especial do UOL Esporte.
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