Topo

Tales Torraga

Por que o Boca até hoje reclama da Libertadores perdida para o Corinthians?

Corinthians e Boca Juniors na final da Libertadores em 2012 (Foto: Divulgação/TV Globo) - Reprodução / Internet
Corinthians e Boca Juniors na final da Libertadores em 2012 (Foto: Divulgação/TV Globo) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

20/01/2021 12h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Há exatamente uma semana, o Boca Juniors era atropelado pelo Santos e eliminado da Libertadores da América. Na estridente catarse xeneize posterior à derrota, dois ex-jogadores do clube fizeram pesadas críticas a Juan Román Riquelme, atual dirigente do Boca, relembrando sua influência negativa na final da competição de 2012, quando o clube portenho caiu diante do Corinthians.

O primeiro a detonar Riquelme foi o ex-zagueiro Rolando Schiavi, que trabalhava nas divisões de base do Boca até a chegada de Román, que o dispensou. A história é bastante conhecida na Argentina: no almoço anterior ao Corinthians x Boca do Pacaembu, Riquelme, brigado com o técnico Julio César Falcioni, comunicou aos colegas que deixaria o Boca depois da final. Em 2013, já com Carlos Bianchi no comando, o camisa 10 voltou à equipe.

"Influenciou demais", disse Schiavi na sexta-feira passada ao TyC Sports, canal da TV argentina, ao ser questionado sobre aquele anúncio de Riquelme. "Muitos jovens se abalaram. Muitos eram amigos, não foi fácil se concentrar."

Determinante naquela decisão por errar o passe que terminou no segundo gol de Emerson Sheik, Schiavi também lamentou o 1 a 1 decretado por Romarinho na Bombonera: "A coisa seria diferente com o Boca vencendo em casa".

No último domingo, Santiago Silva, atacante daquele Boca, foi entrevistado pela Rádio La Red e subiu ainda mais o tom: "Foi uma loucura, isso não se faz", afirmou o El Tanque, de passagem breve pelo próprio Corinthians em 2002.

"[Riquelme] Não tinha que dizer nada. Se vai falar alguma coisa, que fale depois, ganhando ou perdendo. Não foi positivo para ninguém no Boca. A mim não me impactou. Numa final, o ambiente precisa ser positivo."

"Um jogador de futebol se prepara para a final com cara de bunda [equivalente ao original cara de perro, "cara de cachorro"]. Román? Um jogador excepcional em campo, mas fora dele não encontrei nada assim."

Silva também reclamou do empate na ida: "A trave não nos ajudou", citando o cabeceio de Viatri que acertou o poste de Cássio nos acréscimos e o gol perdido na sequência por Cvitanich na pequena área, sozinho e sem goleiro, no lance que dá calafrios em xeneizes e corintianos até hoje.