Topo

Tales Torraga

Gallardo em apuros: o dia em que o técnico do River apanhou em praia de SP

Marcelo Gallardo, técnico do River Plate - Divulgação CARP
Marcelo Gallardo, técnico do River Plate Imagem: Divulgação CARP

Colunista do UOL

11/01/2021 04h00Atualizada em 11/01/2021 15h49

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O maior técnico da história do River Plate vai precisar brigar muito para bater o Palmeiras e alcançar a final da Libertadores da América. Coragem e experiência em batalhas brasileiras, pelo menos, não lhe faltam.

Em junho de 2019, no lançamento da segunda parte da sua biografia, chamada de Gallardo Recargado ("Gallardo Recarregado"), o treinador contou a seguinte passagem ocorrida no Guarujá, no litoral de São Paulo:

"Eu estava com um grupo de amigos, todos argentinos. Estávamos na praia e armamos uma pelada, cinco contra cinco, dez da manhã. Foi chegando gente, chegando gente, todos brasileiros, e quando vimos, estávamos 15 contra 15, só nós argentinos, éramos cinco argentinos e 25 brasileiros, algo assim", relembrou, dizendo que a viagem ocorreu na sua adolescência. Gallardo estreou nos profissionais do River aos 17 anos.

"A pelada foi ficando quente, quente, cada vez mais áspera, Matías [Biscay, hoje seu ajudante] deu um pontapé forte, o jogo seguiu, mas quando acertaram um dos nossos, meu amigo pulou e não teve melhor ideia que emendar um soco. Foi a pior ideia do mundo."

Em vez de apaziguar os ânimos ou correr, Gallardo e os amigos resolveram encarar: "Se jogando já nos batiam, imagine numa briga 25 contra 5. Não foi muito favorável, nem dá muita graça contar", concluiu, rindo envergonhado ao lado do jornalista Diego Borinsky, autor do livro de 576 páginas que é excelente, detalhando a saga de Gallardo com o River desde o Mundial de Clubes de 2015 até a histórica final de Madri contra o Boca Juniors.

A valentia de Gallardo será colocada à prova agora em ocasião bem mais importante - esperamos que bem menos violenta. O Palmeiras não perde por três gols em casa na Libertadores desde 1979, um 4 a 1 para o Guarani de Campinas. Marcelo tinha três anos. Hoje, está às vésperas de completar 45. Em coletiva recém-terminada no CT do River em Buenos Aires, demonstrou confiança: "Precisamos fazer um jogo perfeito como já fizemos outras vezes".

Exemplo da fé no próprio taco? Ele nunca treina pênaltis, mas hoje vai dedicar quase uma hora para as cobranças que podem ocorrer com o 3 a 0 para os argentinos: "Sem público, é mais fácil repetir no jogo aquilo que é treinado, a questão emocional com estádio vazio é diferente neste aspecto".