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Tales Torraga

Como o presidente do Vélez ajudou a tirar Libertadores do São Paulo

Colunista do UOL

26/10/2020 09h24

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Em entrevista ao TyC Sports, canal da TV argentina, Roberto Trotta, capitão do Vélez Sarsfield campeão da Libertadores da América em 1994, revelou uma importante e desconhecida cena dos bastidores daquela conquista diante do São Paulo no Morumbi.

Asad, Bianchi, Trotta e Chilavert - Conmebol/Divulgação - Conmebol/Divulgação
Asad, Bianchi, Trotta e Chilavert
Imagem: Conmebol/Divulgação

O primeiro tempo terminou 1 a 0 para o São Paulo, resultado que persistiu até o apito final, levando a decisão para os pênaltis. "No intervalo, o Raúl mez [presidente do Vélez] foi ao vestiário do árbitro, chutou e arrebentou a porta, dizendo 'nunca vi um uruguaio tão cagão como você'. No segundo tempo, houve um pênalti claríssimo de Cardozo, com a mão, e o árbitro mandou seguir", contou Trotta.

O lance lembrado pelo capitão argentino ocorreu logo aos 3 minutos do segundo tempo, quando Ernesto Filippi, árbitro daquela decisão, ignorou a penalidade que poderia representar o 2 a 0 e o título para o São Paulo, que perdeu o jogo de ida por 1 a 0 em Buenos Aires e precisava vencer por dois gols de vantagem no Morumbi.

"Não tenho uma boa relação com Gámez, mas para mim isso foi o único de bom que ele fez pelo Vélez: pressionar o uruguaio. Hoje, ele iria preso. Muitas das coisas que se faziam antes não se pode fazer hoje", seguiu Trotta, que lembrou também do oba-oba que marcou aquela decisão: "O estádio tinha quase 100 mil pessoas e eles eram os bicampeões. As bandeiras já diziam tricampeão...".

O São Paulo comandado por Telê Santana teve Zetti, Vítor (Juninho Paulista), Válber, Júnior Baiano, Gilmar, Cafu, Axel, André Luiz, Palhinha, Müller e Euller naquela final.

Embora a torcida tenha muitos motivos para reclamar do lance ignorado - ainda mais agora, com a revelação de Trotta -, é justo reconhecer que o Vélez tinha um especialista na função, o paraguaio Chilavert. Foi justamente nos pênaltis, parando uma cobrança de Palhinha, que o histórico goleiro levou o time argentino ao único título da Libertadores.

(E alguém imagina como são os papos do presidente Gámez com os amigos hoje contando vantagem sobre sua importância naquela final?)