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Tales Torraga

Santos encara 'atacante maior que Ronaldo'

Colunista do UOL

20/10/2020 04h00

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À beira do gramado da Vila Belmiro, Hernán Crespo, hoje técnico do Defensa y Justicia, tem pouco a ver com o tempo em que era um "atacante maior que Ronaldo".

Hernán Crespo, ex-centroavante e agora treinador, comanda o Defensa y Justicia em jogo do Campeonato Argentino - ALEJANDRO PAGNI / AFP - ALEJANDRO PAGNI / AFP
Hernán Crespo, ex-centroavante e agora treinador, comanda o Defensa y Justicia em jogo do Campeonato Argentino
Imagem: ALEJANDRO PAGNI / AFP

Era esta a visão de grande parte da Argentina e de considerável volume de outros países na virada do milênio. Ronaldo, verdade, encantara no Barcelona, mas vinha se desfazendo em lesões pela Inter de Milão, que foi atrás de Crespo para o seu lugar. Chegou então a vez de o argentino mandar - 9 gols em 12 jogos em uma Liga dos Campeões.

Campeão da Libertadores com o River aos 20 anos, goleador olímpico, campeão da Copa da UEFA com o Parma, contratado pela Lazio por 55 milhões de euros, artilheiro das Eliminatórias para a Copa de 2002...

...até que neste 2002 Ronaldo foi campeão do mundo numa perna só, virou fenômeno, e "Super Crespo" caiu fora logo de cara, naufragando com todos os outros soldados do cada vez mais Loco Bielsa.

Hernancito sobreviveu. Brilhou com Kaká no Milan e fez 3 gols em 4 jogos na Copa de 2006, quando Ronaldo parecia explodir (dentro do uniforme).

Hoje com 45 anos, Crespo é mais um nome entre os promissores técnicos argentinos. Foi aplaudido em março ao segurar empate com o River em pleno Monumental no fim do Campeonato Argentino, permitindo o título do Boca Juniors. Na Libertadores, chega à última rodada brigando pela segunda vaga com o modesto Defensa y Justicia, vivendo uma rotina muito mais sacrificada que o luxo de jogador na Itália e Inglaterra.

Foi notícia na quarentena por se mudar para a casa dos pais depois de quase 25 anos. "Para cuidar e poupá-los", explicou. Outra explicação sua dá nó na cabeça dos analistas de futebol até hoje: "A bola é um problema. Hoje, com tanta pressão, ter a bola no pé te enche de ansiedade e não se sabe o que fazer. É preciso dar ferramentas para os jogadores saberem".