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ReportagemEsporte

Sócio de Roger compara Fonseca a Federer e crava: 'Chegando na hora certa'

Tony Godsick é um dos executivos mais respeitados do tênis. Foi empresário de Roger Federer por quase 20 anos e, mais tarde, tornou-se sócio do suíço em um punhado de empreitadas. Uma delas é a Laver Cup, em que tem o cargo de chairman. Outra é agência Team8, que gerencia a carreira de atletas. Nela, Godsick tentou assinar com João Fonseca alguns anos atrás, mas recebeu um "não" da família do brasileiro.

Mesmo sem tê-lo no rol de atletas de sua agência, o executivo americano beneficiou-se do carioca de 19 anos na Laver Cup deste ano. Fonseca, atual #42 do mundo, foi uma das escolhas de Andre Agassi para formar o time Mundo, que acabou conquistando o título no último fim de semana.

No último domingo, Godsick me recebeu em seu escritório no Chase Center, em San Francisco, com toda boa vontade do mundo. Conversamos por 20 minutos, e o empresário se desmanchou em elogios a Fonseca. Falou sobre como João lembra Roger por vir de uma família ótima e destacou como a ascensão do brasileiro vem em um belo momento.

Godsick também contou como a ideia da Laver Cup nasceu durante um passeio de carro por Xangai; falou sobre como o formato do torneio permite sucesso mesmo depois da continuidade da competição após as aposentadorias de Roger Federer e Rafael Nadal; e destacou como seu time vem observando o mercado brasileiro pela possibilidade de um dia realizar a Laver Cup no país. Leia abaixo a íntegra da conversa.

Você disse em um evento que a ideia da Laver Cup surgiu dentro de um carro em Xangai. Fiquei curioso. Como o assunto veio à tona? Pode dizer sobre o que estavam falando no momento?
Estávamos saindo de um evento da Rolex em Xangai. Era chamado "Meet the Masters", e a Rolex organizou antes do Masters de Xangai. Eles trouxeram todos embaixadores da marca para um belo jantar. Rod Laver estava lá. Roger e eu estávamos conversando sobre um monte de coisas, e um dos assuntos que surgiu foi prize money. O quanto Rod e os caras daquela época ganhavam. Roger disse para mim: "O que esses caras fizeram, Rod Laver e os outros, deixando o tênis amador e indo para o profissional [quando profissionais não podiam disputar os slams]. Se ele jogasse hoje em dia, estaria ganhando todo esse dinheiro. É inacreditável." E Roger disse "Vamos fazer algo por Rod." Não sabíamos que seria um evento. Era só "Vamos fazer alguma coisa", talvez um comercial. Não era para apenas dar dinheiro a Rod, o que Roger poderia fazer. Era mais para reconhecer e honrar o sacrifício deles [Rod e outros profissionais da década de 1960]. Então começamos a jogar ideias, eu estava caindo no sono porque tinha acabado de chegar, e Roger ficava ligando o aquecedor do banco para eu acordar com o calor. Ele é um palhaço (risos). Mas foi como tudo começou. Quando eu saí da IMG para criar minha própria empresa [Godsick e Federer são sócios na agência Team8], queria criar algo nosso para dar algo de volta ao esporte. Eu gosto de golfe, adoro jogar e pensei em como poderíamos criar algo como a Ryder Cup.

Sim, eu lembro que a Laver Cup era para ser a cada dois anos no início, não?
Bem, houve essa ideia, mas sentimos que se deixássemos nosso lugar no calendário, alguém iria pegá-lo. E as pessoas gostaram. Os jogadores gostaram! Conversamos com patrocinadores e jogadores e dissemos "Vamos fazer todos os anos". Consideramos não fazer nos anos olímpicos, mas enfim... Roger disse: "Já temos o nome para esse evento: Laver Cup". Acho que tivemos muita sorte de começar o evento enquanto Roger estava em atividade como tenista, no topo do esporte, ganhando Slams e sendo um um nome forte para a venda de ingressos. Agora ele nem está mais jogando e tivemos a nossa maior venda de ingressos da história [em San Francisco]. Prova que o formato que criamos funciona.

Quanto tempo passou desde aquela primeira conversa até 2017, quando foi disputada a primeira Laver Cup?
Dois anos.

Foi rápido.
Sim. Um ano e meio, dois anos.

Tony Godsick (esq.) e o prefeito de San Francisco, Daniel Lurie, na Laver Cup de 2025
Tony Godsick (esq.) e o prefeito de San Francisco, Daniel Lurie, na Laver Cup de 2025 Imagem: Ezra Shaw/Getty Images for Laver Cup
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Os patrocinadores compraram a ideia rápido?
Fomos primeiro à Rolex, que é um dos patrocinadores mais antigos do Roger e com quem temos uma relação bastante próxima. Explicamos o que queríamos fazer, que era criar um evento histórico, e eles eram uma marca que contava a história do tênis - e do golfe! Eles disseram "Normalmente, não fazemos eventos no primeiro ano, mas como é o Roger por trás e sabemos o tipo de evento que você, Tony, é capaz de fazer", eles fizeram uma aposta com a gente. Conseguimos alguns outros patrocinadores do Roger, como a Mercedes-Benz, a Wilson e outros. Tínhamos o bastante para ir adiante. Como marcas como Rolex são tão poderosas, globais e de prestígio, isso nos deu um selo de aprovação. Digamos que a Rolex "pressure-washed" o evento, mostrando que estava com a gente e que, por isso, outros patrocinadores viriam. Ironicamente, uma das coisas que eles disseram foi: "Não queremos que seja aqui em Genebra, no nosso mercado". E depois da primeira edição, em Praga, eles voltaram e falaram: "Queremos em Genebra" (risos). E nossa terceira edição foi em Genebra, na Suíça. Precisávamos da relação com as marcas, o que tínhamos, e era preciso que houvesse confiança em Roger, o que também aconteceu. Tivemos a aprovação de McEnroe e Borg, Rod Laver aprovou, Rafa concordou em jogar, e tudo se alinhou. Isso permitiu que começássemos.

Você falou em Rolex e Mercedes, acho que Moët Chandon, marcas de luxo. Vocês já pensavam em fazer um evento "de luxo" ou apenas foi assim que as coisas se desenrolaram porque eram as marcas com as quais vocês tinham uma associação?
Essas eram as marcas com quem tínhamos associação. Quando você cria um evento de cinco sessões e três dias, é preciso ter marcas que as pessoas conhecem, que nos ajudam não só com o valor de patrocínio, mas que estão interessadas em nos ajudar a fazer a marca [da Laver Cup] crescer. Marcas que já estão muito envolvidas com mídia e promoção, marcas que já conhecem tênis. Isso foi muito útil. Temos outras marcas que não são, digamos, tão luxuosas, mas mais globais. Este ano temos a Alipay, uma enorme fintech não só na Ásia, mas na Europa, América Latina e Oriente Médio, com mais de um bilhão de consumidores. Temos uma boa mistura de patrocinadores, mas acho que é importante... Tênis é um esporte de muito prestígio. Queríamos apresentar a Laver Cup de uma forma diferente. Queríamos um evento que quando as pessoas olhassem na TV... Por exemplo: uma quadra preta. Acho que tivemos LED no fundo de quadra antes de alguns dos Slams. Queríamos investir na marca, queríamos garantir que as pessoas, quando pagassem pelos ingressos, hospitalidade e produtos, sentissem que era algo importante, em que trabalhamos. Investimos na marca.

Como foi a primeira conversa com Rod Laver?
Nunca vou esquecer. Conhecia Rod de passagem. Perguntamos se podíamos visitá-lo na Califórnia.

Ele ainda mora ali?
Sim, ainda mora na Califórnia. Ele mora nos EUA há muito tempo. Alugamos uma pequena sala de conferências em um hotel, apresentamos a ideia, e ele se emocionou bastante. Quase como dizendo: "Eu? Laver Cup? Roger está por trás disso?" Por mais que tenha sido emocionante para ele, foi tão emocionante para mim também. Assim como Roger, sou um fanático pela história do esporte e sei o quanto esses caras fizeram. Sei o quanto Rod foi importante naquela época. O tempo passa, as pessoas esquecem, mas eu sabia que significaria algo para ele. Não imaginava que ele se emocionaria tanto, mas significou muito para nós. Aquilo me deu muita motivação. Quando Rod disse "sim", voltamos ao time e dissemos: "Nosso herói disse sim, estamos prontos para começar."

Ele é muito humilde, não? Com a quantidade de coisas que ele venceu no tênis, ainda é tão modesto...
Ele fechou o Grand Slam duas vezes. Em 1962 e 1969. E não pôde competir entre esses anos [porque tornou-se profissional, e os Slams só aceitaram profissionais a partir da metade de 1968]. Imagine o que ele teria feito nesses anos! Ele é muito modesto, muito humilde. Roger sempre disse: "Quando eu me aposentar, virão outras estrelas, Tony. Novos números 1". E aconteceu rápido, com Sinner e Alcaraz.

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Sobre isso, voltando ao que você disse mais cedo, falando que teve a sorte de começar a Laver Cup enquanto Roger estava competindo. Djokovic ainda está jogando? Quando ficou claro que o evento teria bastante sucesso ao ponto de continuar forte depois que ele, Rafa, Andy parassem de jogar?
Nós sabíamos depois do primeiro ano que o formato era diferente e muito legal. Sabíamos. Dá para ver hoje: mesmo com o placar em 9 a 3, tudo pode acontecer. Pode ficar 9 a 9 muito rápido. Ou não. Mas sabíamos que o formato era bom. Não mudamos desde a primeira edição porque deu certo. Eu também sabia - porque tive reuniões com Roger e meus sócios no começo, e disseram que podia se tornar um formato cheio de risadinhas e jogos de exibição, mas eu falei "Sem chance". Roger dizia: "Não é possível para nós, competidores, entrar em um estádio lotado quando você tem gente como Borg e McEnroe sentados na quadra, você tem seus companheiros atrás, você tem Rod Laver sentado na primeira fila de olho em você... Você não sabe como não competir!" Então eu sabia que o formato era importante. E os jogadores sabem que tentamos mimá-los bastante. Mostrar que é uma honra que eles tenham se classificado para jogar ou tenham sido escolhidos pelo capitão. São poucos atletas, então podemos focar em serviços aos jogadores, seu bem-estar, promovê-los, etc. Eles sentem. Já há uma reputação. Começamos com seis patrocinadores. Neste ano, temos 22. Os patrocinadores falaram. Roger se aposentou e mais de 50% dos patrocinadores ou não têm relação com a minha empresa. Então é uma prova de que o formato, os jogadores, os patrocinadores, as localizações... Tudo é muito empolgante. Isso mostra que se você cria um evento de tênis e consegue ter Roger Federer não só como sócio e dono, mas como consultor, com mais de 20 anos de experiência no circuito no mais alto nível... E pegar tudo de melhor, como os hotéis que ele gostava, os vestiários que ele gostava, a quadra, o piso... Isso não tem valor! É melhor que a McKinsey ou qualquer empresa de consultoria!

Uma das coisas que eu mais gosto na Laver Cup é que há câmeras por toda a parte, microfone em todos os lugares... Quem é o gênio por trás disso? É ótimo para redes sociais, para todo tipo de veículo online, ótimo para TV...
Nosso time inteiro. Nosso time de produção, que é da Tennis Australia... Uma das coisas que colocamos na mesa no começo foi que sabíamos que essa época de redes sociais já havia chegado. Sabíamos que havia muitas coisas que os canais de TV pediam como mais acesso, câmeras de bastidores, mais conteúdo. Sabíamos que tínhamos que criar um ambiente respeitando os jogadores, mas ao mesmo tempo os fãs estavam muito sedentos por saber "o que acontece quando eles estão comendo? O que acontece na academia? E no aquecimento?" E nosso formato, com dois capitães que são lendas do esporte, sabíamos que daria certo para criar um conteúdo incrível. Precisávamos de 50-60 câmeras em lugares diferentes, microfones e tudo isso. E agora você vê isso nos Slams também. Os jogadores entenderam. Mas fomos muito conscientes do que divulgamos. Não envergonharíamos nenhum jogador. Não era esse o nosso objetivo. Conteúdo de bastidores que talvez fosse bom para o evento, mas talvez ruim para os jogadores, jogamos no lixo. Fora isso, era importar que era um evento diferente. Rivais tornando-se companheiros. Nunca houve uma chance de ter Rafa, Roger, Novak e Andy Murray ou Zverev estarem no mesmo time. A Copa Davis não entrega isso. Sabíamos que ter esses super astros de repente no mesmo time, lutando um pelo outro, produziria conteúdo incrível. Só não sabíamos o quão incrível seria, e foi maravilhoso. Hoje, com o seu super astro, João Fonseca, ele nunca teria uma plataforma para conhecer esses caras.

Verdade.
Hoje em dia, com o seu superstar João Fonseca, ele nunca teria uma plataforma para conhecer esses caras porque o circuito é individual. Ter a chance de ser treinado por Andre Agassi! Ele tem dois ótimos técnicos. O seu ótimo primeiro técnico [Guilherme Teixeira], e acho que agora ele está trabalhando com Franco Davín, certo?

Sim, sim.
Outro ótimo técnico. Mas ele tem uma semana, 7-8 dias com Andre Agassi! E ele pode decidir que o que ele escuta do Andre ele não gosta ou dizer "isso é ótimo, pode me ajudar um pouco mais, Andre?" Ou ele pode dizer "posso pedir para o meu técnico te ligar? Aquilo que fizemos nos treinos eu quero fazer mais." Isso é incrível. E Yannick Noah! Ele ganhou a Fed Cup, a Copa Davis, Roland Garros, é um músico... E ele não estava por aí a não ser conversando com os tenistas franceses. E agora ele pode estar aqui. E incrível!

Você gostou de ver João aqui?
Sim, sim! Eu conheço ele desde que ele era muito pequeno. Acho que ele traz boa energia, tem uma família super legal. A mãe e o pai dele... Eu vi isso com o Roger. Roger é uma pessoa tão boa por causa de seus pais. Eu tenho a mesma sensação com o João. Ele tem uma família tão boa! Seus pais são educados, e você vê que isso passa para ele. Gosto de seu estilo de jogo, da energia que ele traz. Quando você pergunta para uma pessoa comum "Você sabe o tamanho da população do Brasil?", vão dizer 30-50 milhões. E há mais de 200 milhões de pessoas no país. E eles estão por toda parte. Onde quer que ele [João] vá, é como se ele estivesse jogando em casa. Ele absorve essa energia, ele dá energia de volta, ele é ótimo. E ele é tão jovem! Tão jovem! Tem uma estrada tão longa para desenvolver todos aspectos de seu jogo. E ele vai! Então estamos muito felizes por ele ter jogado aqui porque para nós é sobre gerações diferentes, e ele teve uma chance de encontrar Roger aqui. Demorou tempo demais. Eles deveriam ter se encontrado muito tempo atrás. Foi ótimo, agora eles se conhecem, e essa é a beleza da coisa. Você cria essa comunidade. Você Michelsen jogando ontem e pensa: "Não há motivo para Michelsen e De Minaur estarem jogando juntos"... Um é australiano, e o outro é americano... Idades diferentes... E agora jogaram duplas, são companheiros, fazendo high five, é legal demais! Fico com inveja porque gostaria de ter sido um bom tenista para ter a chance de jogar em algo assim.

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Acho que 50-60% - ou até mais - das imagens mais icônicas do tênis nos últimos oito anos vieram da Laver Cup.
Posso anotar isso? Como boa ferramenta de vendas?

Por favor!
Quero anotar, vou anotar! (risos - Godsick pega um bloco e anota com uma caneta de tinta azul)

Porque desde 2017, com Rafa abraçando Roger, os dois dando instruções a outros jogadores, houve aquela cena em que Rafa falava com Tsitsipas sobre os sinais no jogo de duplas, e Rafa falando com - acho que foi Zverev - sobre como não queria vê-lo com uma cara ruim...
Isso foi com Rafa e Roger no corredor! Sim. Até ontem à noite, quando Roger entrou em quadra com Stephen Curry!

Sim!
E ambos times saíram [dos bancos]! Essas são as imagens que correm o mundo. É isso que tentamos explicar para todos órgãos do tênis. Por exemplo: a ITF nem sempre nos apoiou. A Copa Davis já mudou de formato três vezes desde que começamos. Não viemos para competir. Somos completamente diferentes. Europa contra o Mundo. Três dias. Uma vez por ano. Eu disse isso outro dia... Quando começamos, eles [ITF] disseram a todos os árbitros de cadeira: "Você não pode trabalhar na Laver Cup".

Eu não fazia ideia.
Porque nunca revelamos. Mas as pessoas perguntam hoje em dia se houve obstáculos quando começamos. Esse foi um. Posso te dar uma tonelada.

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Pode me dar outro? (risos)
Não vou dizer porque agora, depois de oito anos, os árbitros de cadeira estão trabalhando aqui. Mas quando você começa algo novo no tênis, é difícil. E eu entendo! Mas quando você tem Federer em atividade, McEnroe e Borg, e era algo honrando Rod Laver! Você tem a Rolex, maior patrocinadora no esporte globalmente... Não digo para abraçarem, mas "não atrapalhem!, sabe? De qualquer modo, temos muito mais apoio. Estamos na ATP, somos um evento oficial sancionado do circuito, eles ajudam a nos promover nas redes sociais... Nossa ideia é a seguinte: João e Michelsen, esses caras... João, se estiver no Brasil, pode jogar diante de 70 mil pessoas. Mas estamos em um estádio lotado, e na segunda-feira eles voltam ao circuito sendo marcas maiores, com um perfil mais valorizado. Nossa plataforma a fornecer isso. E alimenta o sistema. É bom para todos. Se você não tem um super astro como Novak jogando, está tudo bem. Nós adoraríamos tê-lo aqui, mas tudo bem porque ajudamos a fazer estrelas como estes jovens que estarão aqui no ano que vem. Mas há outros grandes eventos no tênis. Se o ecossistema inteiro trabalhar junto, nós, como esporte, podemos ir adiante.

Última: Você falou sobre o quão importante foi escolher os locais das edições da Laver Cup, e ontem Roger conversou com Andy Roddick e disse que adoraria ter a competição na América do Sul. E pensei: com a ascensão de João e tanto dinheiro sendo injetado no tênis brasileiro, há uma possibilidade de ter a Laver Cup no Brasil?
Com certeza, há uma possibilidade. O que mais estamos aprendendo com este evento é que é preciso encontrar a arena indoor certa. Acho que no momento, isso elimina alguns lugares porque não há espaços assim. Para nós, ter João no time foi muito importante porque ele é um dos futuros do tênis. Com certeza. Pode haver lesões, isso ou aquilo, mas enquanto ele mantiver essa trajetória, ele vai ter sucesso, e isso traz empolgação. Vai haver mudanças no circuito, com um novo calendário, e não sei como isso vai afetar a América do Sul, mas se em algum momento pudermos ir ao Brasil ou à América do Sul, vamos tentar. Lembro que fomos ao Brasil em 2012 com Roger [para o Gillette Federer Tour] e jogamos em São Paulo duas ou três partidas. Foi incrível! Não havia ar no estádio [as exibições foram no Ginásio do Ibirapuera], a ventilação...

Estava tão quente!
Estava muito quente e úmido, mas a energia era incrível! Para mim, Roger e eu viajamos tanto juntos nos últimos 20 anos... Nós dois amamos brasileiros e italianos porque há tanta paixão! Quando Guga parou de jogar, houve uma queda, mas agora João está chegando na hora certa."

Então o que precisa acontecer para que a ideia saia do papel?
Temos que encontrar uma arena, falar com os patrocinadores, João tem que continuar a fazer exatamente o que está fazendo... Quero dizer, poderíamos fazer agora. Ele é popular demais! É uma questão de tempo. Temos um evento ainda no nosso oitavo ano, e esperamos ir até lá [Brasil]. De cara, posso te dizer que seria um sucesso do ponto de vista da venda de ingressos, e a paixão seria inigualável. Vamos ver. Nosso time está olhando os lugares. Estaremos em Londres no ano que vem, e será uma cidade do resto do mundo depois disso [2027]. Talvez iremos à Ásia, ainda não sabemos. Tivemos uma reunião do board esta manhã, e há todo tipo de possibilidades. Vamos ver, mas estamos observando o mercado [brasileiro]. E como disse antes, 200 milhões de pessoas? O país merece um grande evento de tênis!

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