João Fonseca na Laver Cup: uma questão de eletricidade
Cada forehand fulminante vinha seguido de "uuuuuuuuh"s e "ooooooooh"s. A cada ponto, mais aplausos. Era como se o público do Chase Center, em San Francisco, estivesse descobrindo e se apaixonando com João Fonseca a cada troca de bolas, a cada rali vencido. Até alguns pontos perdidos deixaram a torcida de queixo caído - como no break point em que brasileiro soltou uma direita avassaladora que passou como um trem-bala à frente de Andre Agassi (veja abaixo!).
The full force of the Fonseca forehand @AndreAgassi | #LaverCup pic.twitter.com/v7HlBNniFh
-- Laver Cup (@LaverCup) September 20, 2025
Não, a Laver Cup não é um slam. Não conta pontos para o ranking. O ambiente é mais leve e propício para um jovem de 19 anos jogar solto e mostrar o que tem de melhor. E foi exatamente o que Fonseca fez. Enquanto a torcida e os companheiros de time gritavam seu nome de diferentes maneiras - às vezes "Joããããããão Fonseeeeeecaaaa", às vezes "Fon-se-ca, Fon-se-ca" - o carioca ganhava confiança e se mostrava mais leve e firme na partida contra o italiano Flavio Cobolli.
Durante alguns pontos, foi como se público Fonseca estivessem conectados. Uma poderosa corrente elétrica alimentando o brasileiro e encantando a torcida. Assim, João deixou evidente uma de sua características mais empolgantes: assim como Carlos Alcaraz, Fonseca se diverte ao divertir. E quando João alcança esse espaço físico, técnico e mental, é difícil segurá-lo. Cobolli lutou, defendeu-se bem e alongou trocas de bola, mas, no fim, sucumbiu.
João é agora o mais jovem vencedor da história da (também jovem) Laver Cup, criada em 2017. Encantou os capitães Andre Agassi e Pat Rafter (ambos se derreteram em elogios poderosos ao brasileiro). Mostrou para o público de San Francisco o que boa parte do mundo já entendeu: tudo indica que vem muito mais por aí nos próximos anos. Sobretudo onde houver essa eletricidade.
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Opinião
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