Bia perdeu 6 games seguidos, mas vai a Roland Garros em alta

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Pela sétima vez em 21 jogos na atual temporada, Beatriz Haddad Maia perdeu seis games seguidos. Aconteceu de novo nesta sexta-feira, quando a brasileira liderava o terceiro set contra Elena Rybakina por 2/0 e tinha dois break points 15/40 para fazer 3/0, com duas quebras de vantagem. A brasileira perdeu as chances, foi quebrada na sequência e viu a cazaque deslanchar, jogando em altíssimo nível até fechar o jogo por 7/6(7), 1/6 e 6/2. Valia uma vaga na final do WTA 500 de Estrasburgo, último torneio antes de Roland Garros.
A estatística citada acima é preocupante, mas o episódio de hoje foi diferente. Não foi mais um daqueles jogos em que Bia se perdeu mentalmente e demorou a se encontrar (ou não se encontrou mais). Não foi um caso de cabeça baixa, de perda de roteiro ou descontrole emocional. Hoje, Bia "apenas" foi superada por uma adversária que encontrou seu melhor tênis - ainda que a brasileira parecesse desgastada fisicamente (o que é outro tipo de problema, que vale outro tipo de debate).
Assim, não há por que sair de Estrasburgo de cabeça baixa. Pelo contrário: Bia tem muito a celebrar com a campanha no torneio francês. Pela primeira vez desde janeiro, venceu dois jogos seguidos. Pela primeira vez desde setembro do ano passado, ganhou três jogos na mesma semana. Pela primeira vez desde abril do ano passado(!), derrotou uma top 10 (Navarro, nas quartas de final). Talvez mais importante do que tudo isso: não teve apagões mentais. Não perdeu o roteiro de nenhuma partida. Lutou até o fim. Salvou dois match points contra Clara Tauson na estreia. Quebrou Navarro quando a americana sacou para o jogo nas quartas de final. Defendeu-se como pôde contra Rybakina enquanto aguentou fisicamente. Foi uma campanha que evidenciou aquela boa e velha resiliência de que Bia se orgulha tanto.
Foi, afinal, uma Bia que não se via desde o ano passado. E se essa Bia aparecer em Roland Garros, suas chances de fazer mais uma bela campanha em Paris não são nada desprezíveis. Como escrevi ontem, uma aparição na segunda semana, alcançando as oitavas ou até as quartas de final, não é nada impossível. Desde, claro, que seja a Bia de Estrasburgo em vez da Bia que, mais frágil mentalmente, perdeu nove jogos seguidos de janeiro a abril.
Coisas que eu acho que acho:
- Se Bia cresceu bastante em vários quesitos - sobretudo sua capacidade de manter-se mentalmente nos jogos - seu segundo saque ainda mostra uma fragilidade preocupante. É um ponto a ser atacado constantemente pelas adversárias mais competentes.
- A semifinal em Estrasburgo não deixa de lembrar o momento de Bia no pré-US Open do ano passado, quando também vinha em má fase, mas alcançou a final do WTA 250 de Cleveland, na semana anterior ao slam nova-iorquino, ganhou ritmo e foi até as quartas de final em Flushing Meadows. Será que vem algo parecido em Paris este ano? Será?
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