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Casper Ruud e a importância de buscar ajuda mental

Casper Ruud chegou ao top 10 em setembro de 2021 e, desde então, passou a maior parte do tempo nessa elite do tênis masculino. Foi número 2 do mundo e esteve a uma vitória de alcançar a liderança do ranking. Uma grande sequência para qualquer tenista mortal.

O norueguês, no entanto, não se manteve satisfeito. Sempre buscou agregar elementos a seu tênis e, desde o ano passado, vem tentando praticar um tênis mais agressivo, assumindo o comando dos ralis um pouco mais cedo. Não é um ajuste fácil para quem joga o xadrez tenístico tão bem, medindo as porcentagens de cada golpe. Atacar mais significa correr mais riscos e, quase sempre, errar mais. E nem todo mundo lida mentalmente bem com isso durante os jogos. Assim, Ruud sofreu derrotas que não teria sofrido alguns anos atrás. Tudo isso tem seu peso, e o jovem de 26 anos sentiu um baque mental.

"Não vinha me sentindo mentalmente bem este ano, mas busquei ajuda, o que funcionou muito bem para mim. Tive uma resposta rápida e estou me sentindo muito melhor. Ajudou muito ter alguém com quem conversar sobre certas coisas. É uma vida dura de muitas maneiras, com muitos dias viajando, e chegou a um ponto em que parecia [pesado] demais, mas eu busquei ajuda e está dando certo. Fico feliz por sentir mais alegria e sentir que estou em um lugar melhor, acordando todos os dias com um sorriso no rosto. Fico feliz por ter sido honesto comigo mesmo e buscado ajuda. Está dando resultado muito rapidamente. Mentalmente, sinto que estou em um lugar melhor do que na semana passada e do que duas, três semanas atrás", disse em uma coletiva durante a semana (antes do título).

Uma das consequências foi reencontrar um tênis vitorioso no Masters 1000 de Madri - ironicamente, o torneio de saibro que oferece menos condições ideais para seu tênis (altitude, jogo mais rápido, mais propício para atacantes natos). Bateu cinco cabeças de chave e só perdeu um set na final, diante de Jack Draper. Antes, passou por Arthur Rinderknech, Sebastian Korda, Taylor Fritz, Daniil Medvedev e Francisco Cerúndolo. Rivais com estilos diferentes, e Ruud conseguiu se sobrepor a tudo. Uma semana realmente memorável e que terminou com seu primeiro título em um Masters 1000.

Coisas que eu acho que acho sobre o resto da semana:

- Nada de trágico na derrota de Fonseca em Estoril. Sim, ele era favorito, mas jogou mal, deu confiança a um adversário que entrou em quadra afiado e, depois disso, ficou difícil virar o jogo. É assunto para um post mais longo, mas vejo as derrotas do carioca como experiências que ele precisa superar para crescer como tenista de modo geral. Falo com detalhes sobre isso em outro momento.

- Sabalenka, a campeã de Madri, falou sobre a importância de ter "memória curta" no tênis, ou seja, não passar tempo demais festejando suas glórias e preparar-se sempre para o que vem pela frente. Já faz algum tempo - e já escrevi sobre isso - que a bielorrussa encontrou uma maneira saudável de encarar o circuito, e isso faz toda diferença do mundo, sobretudo quando somado ao seu potencial técnico.

- Um repórter da ESPN perguntou a Aryna se ele viria ao SP Open, em setembro. Na verdade, ela não pode jogar. O regulamento da WTA diz que quando na mesma semana há um 250 e um 500, todas as 30 primeiras do ranking são obrigadas a jogar o 500 (e o 500 de Guadalajara é na mesma semana que o 250 de São Paulo). Há algumas exceções para essa regra, mas nenhuma inclui uma top 10 atualmente. Ou seja, o torneio não terá uma top 10. No máximo, além de Bia Haddad (exceção por ser tenista local), o WTA paulista terá duas outras tenistas entre 11-30 do ranking.

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- O Nadalismo vive.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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