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Saque será chave para Fonseca bater #12 do mundo e avançar em Madri

João Fonseca voltará à quadra no Masters 1000 de Madri neste sábado para um duelo duríssimo na segunda rodada. Seu adversário será o ex-top 10 e atual #12 do mundo, o americano Tommy Paul. Trata-se de um tenista consistente, inteligente e que sabe construir pontos. Paul não possui, contudo, golpes tão potentes de fundo de quadra quanto a direita de Fonseca. E um dos melhores caminhos para o brasileiro conseguir impor sua direita é sacar bem, algo que ele já fez na estreia.

Na partida desta quinta-feira, contra o dinamarquês Elmer Moller (#114), o brasileiro teve pontuação 8,5 na qualidade de seu serviço. A nota é aferida pela empresa Tennis Data Innovations, que usa uma fórmula que inclui as porcentagens de primeiro e segundo serviço, a altura do contato com a bola, a velocidade média dos dois saques, o número de aces e a porcentagem de saques não devolvidos pelo oponente. Foi a segunda maior nota de Fonseca na temporada, e o brasileiro ficou bastante acima da média do circuito (7,9) no quesito.

O saque é especialmente importante em Madri porque a capital espanhola fica localizada 650 metros acima do nível do mar, e a altitude faz a bola andar mais rápido, o que beneficia os melhores sacadores (entenda mais sobre os efeitos da altitude aqui). Assim, com um bom aproveitamento e uma boa velocidade, é possível complicar a vida dos adversários e receber devoluções menos agressivas. Assim, o caminho se abre para Fonseca atacar com sua direita - que também é beneficiada pela altitude.

Contra Moller, o brasileiro encaixou 70% de primeiros serviços com média de 199,5 km/h. Nesses saques, o dinamarquês devolveu apenas 51% das bolas. Nos outros 49%, Fonseca venceu o ponto sem sequer precisar bater na bola mais uma vez. Bastou o serviço.

Contra Paul, um tenista consistente, que se defende bem e tem a capacidade de alongar trocas de bola, encaixar primeiros serviços e ganhar mais pontos "de graça", ou seja, sem entrar em ralis, é essencial. Ao confirmar seus games de saque sem ser ameaçado - como aconteceu contra Moller - Fonseca também pode se sentir mais à vontade para agredir e arriscar quando Paul estiver sacando.

Temos, então, uma espécie de efeito bola de neve, com o saque podendo facilitar a vida de Fonseca em diversas maneiras: ao ganhar pontos sem precisar de ralis; ao abrir o caminho para atacar com seu melhor golpe, a direita; e ao adquirir confiança para agredir mais nos games de devolução. Com o saque entrando, o carioca terá ótimas chances de eliminar Tommy Paul.

Coisas que eu acho que acho:

- Fonseca gosta de jogar no saibro. Conhece o piso. "Nasceu no saibro", como ele mesmo diz. Ao mesmo tempo, seu jogo agressivo também é bastante eficiente em quadras duras e mais rápidas. O Masters de Madri, no saibro e na altitude, misturando seu piso/habitat natural e condições mais rápidas de jogo, talvez seja o melhor dos dois mundos para o brasileiro.

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- Nas casas de apostas, Fonseca é o favorito para avançar. Uma vitória do brasileiro paga, em média, 1,50 (o apostador recebe 1,50 para cada real apostado) enquanto um triunfo de Paul paga, em média, 2,60.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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