Fonseca em IW: estreia mais dura, mas também mais valiosa do que o esperado

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No papel, era para ter sido mais simples. Depois do primeiro set de hoje, parecia rumar para um final breve e descomplicado. No entanto, João Fonseca encontrou problemas com o vento, mais forte do que o esperado, e com um bravo Jacob Fearnley (#81 do mundo), mais agressivo e ameaçador do que o esperado. Por isso, a vitória por 6/2, 1/6 e 6/3 na primeira rodada do Masters 1000 de Indian Wells, depois de ver o rival abrir 3/1 no terceiro set, tem um valor adicional importante para o carioca de 18 anos.
Na ventania californiana, que até fez uma toalha voar para dentro da quadra em um certo ponto, o brasileiro, número 80 do ranking, viu-se sob condições que tendem a nivelar por baixo uma partida de tênis - qualquer partida. Fica mais difícil encher a mão no saque. Buscar as linhas com golpes do fundo de quadra também torna-se um passatempo mais arriscado do que o normal. Fonseca teve problemas com isso - e com a agressividade do britânico, é bom que se diga - durante todo o segundo set e parte do terceiro.
A solução foi encontrar um jogo mais consistente, correndo menos riscos, o que não é exatamente simples em um torneio deste nível. Tirar demais a mão pode facilitar demais a vida do oponente. Fonseca, contudo, achou seu ponto de equilíbrio no terceiro set. Sim, Fearnley foi o mais agressivo em quadra, mas também cometeu mais erros e deu as chances que o brasileiro precisava para conseguir a virada.
No fim, foi uma das raras ocasiões em que vimos e veremos Fonseca triunfar disparando menos bolas vencedoras do que um adversário. Fearnley somou 29 contra 17 do carioca. Não é o jogo padrão de João. Não é seu estilo preferido. Lembremos que contra o superagressivo Andrey Rublev, no Australian Open, o brasileiro fez 51 winners (contra 33 do russo). Porém, era o que João sentia que precisava fazer nesta quinta-feira, especificamente contra Fearnley. E é justamente daí que vem o grande valor desta estreia: o garotão de 18 anos, dono de uma direita avassaladora, já entende quando a pancadaria só não basta. Rumo à segunda rodada.
Mais coisas que eu acho que acho:
- Também foi importantíssima a vitória de Thiago Wild sobre Alexandre Muller. O paranaense vinha de três derrotas em três jogos ganháveis em Buenos Aires, Rio de Santiago. Precisava de um triunfo assim, salvando match points e jogando bem os pontos grandes, para recuperar a confiança - um de seus pontos mais fortes. Vai enfrentar na segunda rodada Stefanos Tsitsipas, que acabou de ser campeão do ATP 500 de Dubai.
- Como já escrevi quando saiu a chave, encarar Jack Draper na segunda rodada deve ser um grandíssimo desafio para Fonseca. O estilo de jogo do britânico é daqueles que mais costumam causar problemas para o carioca. A ver que soluções ele encontrará.
- Fonseca soma agora 20 vitórias e três derrotas (em todos os níveis, incluindo Challengers) desde o início da campanha no Next Gen Finals, em dezembro.
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