Além de Fonseca: Djokovic, Bia e temas quentes para seguir em Indian Wells

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A ascensão de João Fonseca, com seguidas vitórias importantes e o recente título no ATP 250 de Buenos Aires, deu uma necessária injeção de adrenalina no tênis em território brasileiro. Mais pessoas passaram a se interessar pela modalidade, e a cobertura aumentou - sobretudo em cima do carioca de 18 anos que é visto como um futuro top 10 por vários nomes importantes do esporte.
No entanto, o circuito mundial continua interessante, e o torneio de Indian Wells, que começa nesta quarta-feira, no estado americano da Califórnia, tem muito mais do que João Fonseca na lista de roteiros importantes e quentes que devemos acompanhar nos próximos dez dias. Isso inclui a disputa pelo número 1 do mundo na ATP, a tentativa de Beatriz Haddad Maia de sair de um péssimo momento, um possível novo duelo entre Carlos Alcaraz e Novak Djokovic, e a volta de Petra Kvitova ao circuito.
Vejamos abaixo por que cada um desses temas é especialmente interessante durante o torneio de Indian Wells:
1. Zverev e Alcaraz na caça de Sinner
O número 1 do mundo, Jannik Sinner, atualmente cumpre suspensão de três meses após fazer um acordo com a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). O italiano tem boa folga na liderança do ranking e não pode ser ultrapassado nos próximos dez dias, porém perderá 1.600 pontos durante sua ausência. Logo, o momento é propício para Alexander Zverev, atual #2, e Carlos Alcaraz, o #3, iniciarem uma arrancada rumo ao topo.
Ambos terão pelo menos quatro Masters 1000 (Indian Wells, Miami, Monte Carlo e Madri) sem a presença de Sinner em quadra, e a "corrida" começa agora, nesta semana, na Califórnia. No momento, o número 1 tem 11.330 pontos e seguirá com esta pontuação ao fim de Indian Wells. Zverev, por sua vez, pode sair do torneio com 8.935. Alcaraz, com 7.510. É um ponto de partida, lembrando que Sinner terá 9.730 pontos quando voltar ao circuito, depois de Madri.
2. Fim para a má fase de Bia Haddad Maia?
Os dois primeiros meses da temporada 2025 não poderiam ter sido muito piores para Beatriz Haddad Maia. Além das duas pouco expressivas vitórias no Australian Open, a paulista de 28 anos, atual #17 do ranking, pouco fez. Já perdeu sete partidas, inclusive as últimas quatro.
O número de derrotas talvez não seja o pior. Bia poderia ter enfrentado apenas pedreiras. Não foi o caso. O maior problema é seu tênis errático e inseguro, incapaz de sustentar um plano tático do começo ao fim.
Indian Wells, quem sabe, pode ser um começo de virada no ano ruim de Bia. O sorteio lhe foi muito favorável. Por ser cabeça de chave, a brasileira só estreará na segunda rodada, e sua rival será ou a qualifier Varvara Lepchenko ou a lucky loser Sonay Kartal. Boa chance para anotar mais uma vitória e dar um reset moral em sua temporada. Será?
3. O retorno de Kvitova
Depois de 17 meses longe do circuito, Petra Kvitova, agora casada e mãe (Petr, o filho, nasceu em julho do ano passado), voltou ao circuito na semana passada, no WTA 250 de Austin, nos EUA. Perdeu na estreia para Jodie Burrage (#189). Em Indian Wells, a tcheca de 34 anos (que faz 35 daqui a três dias) terá uma chance para dar um passo adiante. Sua estreia será contra a francesa Varvara Gracheva. Se vencer, terá a top 10 Mirra Andreeva pela frente.
Kvitova, bicampeã de Wimbledon e ex-número 2 do mundo, nem estabeleceu uma meta (pública, ao menos) nem diz saber por quanto tempo vai jogar. Tudo vai depender de como seu corpo vai responder, dos resultados e, claro, de como a família se adaptará à rotina do circuito. O marido e técnico, Jiri Vanek, estará junto. O irmão, Libor, ajudará com o sobrinho pelo menos durante essa passagem pelos EUA, que inclui ainda o WTA 1000 de Miami. Depois disso, não há nada decidido.
4. Outro Djokovic x Alcaraz no horizonte
Assim como aconteceu no Australian Open, Carlos Alcaraz e Novak Djokovic estão em rota de colisão, e se ambos vencerem seus três primeiros jogos, vão se encontrar nas quartas de final - mesma fase do duelo de Melbourne.
Desde aquele jogo na Austrália, Alcaraz só perdeu uma vez. Foi nas quartas de final de Doha, diante de Jiri Lehecka. Em Roterdã, foi campeão. Djokovic, por sua vez, abandonou a semi em Melbourne por causa de lesão e, desde então, só disputou uma partida - e perdeu para Matteo Berrettini na primeira fase em Doha.
Para Nole, bater Alcaraz outra vez seria manter a "nova geração" em xeque. Para o espanhol, contudo, derrubar Djokovic deve ser questão de honra, sobretudo se ele tem a pretensão de voltar rapidamente a brigar pela ponta do ranking.
Aqui, Carlitos tem a vantagem da chave mais acessível. Djokovic pode enfrentar Nick Kyrgios logo na segunda rodada, e se o australiano entrar em quadra tão afiado quanto sua língua na hora de dizer bobagens sobre o caso Sinner (e se o punho, que andou lesionado, resistir a mais um jogo), o sérvio correrá perigo.
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