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7 coisas para saber sobre Leylah Fernandez, sensação teen no US Open

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Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

08/09/2021 04h00

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Leylah Fernandez é uma das histórias mais cativantes deste US Open. A jovem canadense, que completou 19 anos durante o torneio, conquistou uma vaga nas semifinais em Nova York ao derrotar a número 5 do mundo, Elina Svitolina, nesta terça-feira, por 6/3, 3/6 e 7/6(5).

Antes, a adolescente já havia eliminado duas campeãs de slam. Primeiro, superou a japonesa Naomi Osaka na terceira rodada. Em seguida, nas oitavas, levou a melhor sobre Angelique Kerber, outra ex-número 1 do mundo. Em todas ocasiões, mostrou um tênis agressivo e atraente, um condicionamento físico invejável e incrível maturidade para lidar com momentos delicados diante de rivais com muito mais experiência nesse tipo de situação.

Assim, Fernandez torna-se conhecida do "grande público" e alcança espectadores além do nicho que está sempre ligado nos torneios e tentando descobrir quem serão as próximas revelações. Leylah, agora, é realidade e chegou a hora de você, leitor, também saber mais sobre ela.

1. Origens

Leylah Fernandez nasceu em Montreal, no Canadá, em 6 de setembro de 2002. Seu pai e técnico, Jorge, é equatoriano e jogou futebol profissional em seu país, antes de mudar-se para a América do Norte. A mãe, Irine, nasceu em Toronto, no Canadá, e é de família filipina. Leylah fala três idiomas (espanhol, inglês e francês) e tem duas irmãs. A mais velha, Jodeci, é dentista. A mais nova, Bianca Jolie, também joga tênis e está em Nova York, junto com a mãe, seguindo de perto os passos da tenista. O pai ficou na Flórida, onde a família mora.

2. Sucesso entre imigrantes

Há alguns anos, a federação do Canadá vem investindo pesado no tênis de alto rendimento, e o sucesso está mais do que óbvio com a atual geração de atletas do país. Além de Leylah e Bianca Andreescu, campeã do US Open de 2019, o Canadá produziu Denis Shapovalov, atual número 10 do mundo, Félix Auger-Aliassime, #15 e semifinalista deste US Open, e o veterano Milos Raonic, de 30 anos, atual #34.

Todos esses nomes estão ligados a imigrantes. Andreescu é filha de romenos, Shapovalov nasceu em Israel, o pai de Auger-Aliassime nasceu em Togo, e Raonic nasceu na antiga Iugoslávia, em uma região que atualmente pertence a Montenegro.

"Acho que o tênis canadense está tão bem porque é um país muito internacional. Há tantas culturas diferentes agora que estão indo muito bem e representando o Canadá. Meio que mostra também, na quantidade de estilos de jogo, que a Tennis Canada (federação do país) está ajudando os jogadores também. Não apenas em um tipo específico de jogo, mas estão aceitando mais jogadores, mais diversidade no esporte, não apenas um jogo de potência, o que é muito bom", disse Fernandez em entrevista recente à WTA.

3. Relação com a federação nem sempre foi a ideal

A família de Leylah nem sempre teve ajuda de entidades canadenses. A jovem fez parte de um programa de desenvolvimento em Quebec, mas acabou dispensada por causa de seu tamanho (hoje, aos 19 anos, ela tem 1,62m de altura). O pai, então, estudou tênis, viu vídeos e assumiu a tarefa de treinar a filha. Quando Leylah começou a ganhar torneios juvenis, a federação do país se apresentou e convidou a menina.

Ainda assim, nem tudo deu certo. Entidade e família discordaram - amigavelmente, ambos lados ressaltam - e se separaram. Enquanto o pai treinava a filha, a mãe foi trabalhar na Califórnia. Mais tarde, quando Leylah tinha 14 anos, a família se mudou para Boynton Beach, na Flórida (EUA), onde haveria acesso a quadras públicas o ano inteiro.

Eventualmente, a Tennis Canada voltou a ajudar proporcionando instalações de treinamentos e convites para torneios grandes.

4. Nadal e Henin como inspiração

Leylah Fernandez descobriu que queria ser tenista profissional vendo Rafael Nadal na TV. "Eu via tênis na TV e via o sucesso, a alegria que os jogadores passavam para os fãs. Eu via tantas grandes chances para me divertir em vez de buscar outras profissões."

Indagada sobre quando veio esse momento de inspiração, a adolescente respondeu: "Quando eu vi Roland Garros e Nadal estava jogando. Ele ganhou o torneio. Após vê-lo jogar e gostar da beleza do esporte, eu realmente quis ser profissional e tentar duplicar aquilo em quadra e levar alegria para as pessoas que estão vendo. Um técnico me disse que eu tinha um estilo parecido com Justine Henin e eu não sabia quem ela era. Quando procurei no YouTube, me apaixonei pelo esporte outra vez. Ela é meu ídolo desde então."

5. Sucesso como juvenil

Antes de se tornar profissional, Leylah foi campeã do torneio juvenil de Roland Garros em 2019 e vice do Australian Open quando tinha apenas 16 anos. No mesmo ano, foi número 1 do mundo na categoria até 18 anos. O torneio francês foi seu último como juvenil. Ela terminou a temporada como #209 no ranking profissional.

6. Autoconfiança

Logo depois de chocar o mundo ao derrotar Naomi Osaka na terceira rodada do US Open, Fernandez espantou um pouco mais quem não a conhecia ao declarar na entrevista pós-jogo, ainda no Estádio Arthur Ashe, que "desde o começo, desde antes da partida, eu sabia que podia ganhar."

Desde sempre, Leylah mostra uma confiança inabalável em sua capacidade, e isso ficou mais claro ainda tanto nos triunfos sobre Kerber e Svitolina quanto em suas declarações. "Não estou surpresa com nada que está acontecendo agora. Estou apenas feliz de que esteja acontecendo agora e não mais tarde", afirmou após superar a alemã. "Tive de me beliscar um pouco para ver que realmente aconteceu, mas, como disse, eu sabia que meu nível de tênis está ali. É apenas um momento, uma oportunidade, e estou feliz por aproveitá-la agora e de poder mostrar o que posso fazer diante dessas jogadoras."

7. Trabalho e diversão

Muito dessa confiança é creditada ao trabalho do pai-técnico, Jorge, que sempre foi um tanto exigente nos treinos. No entanto, a família da adolescente sempre ressaltou que a vida não existe só dentro de quadra e que é preciso encarar o trabalho com certa leveza.

"Acho que às vezes a maneira de meus pais me ensinarem fora da quadra [influencia], dizendo que eu não posso levar as coisas a sério demais, que eu tenho que ser madura, mas ao mesmo tempo ser uma menina, me soltar, me divertir, comer chocolate quando quiser e apenas me divertir, ver filmes e ficar acordada até tarde."

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