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De virada e em 5 sets, Djokovic bate Tsitsipas e é bi em Roland Garros

Reuters
Imagem: Reuters

Colunista do UOL

13/06/2021 14h23

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Durante dois sets, Stefanos Tsitsipas foi um adversário formidável na final de Roland Garros. Tirou um tie-break do número 1 do mundo, abriu 2 sets a 0 e parecia perto de, aos 22 anos, tornar-se o primeiro grego a conquistar um slam na história do tênis. Novak Djokovic, porém, provou-se um obstáculo insuperável neste domingo. O sérvio foi mais consistente quando o rival estava à frente e impiedoso quando o oponente mostrou fragilidade. Guardou seu melhor para o final e, com uma virada memorável, conquistou seu segundo título no saibro de Paris por 6/7(6), 2/6, 6/3, 6/2 e 6/4, em 4h11min de jogo.

Uma atuação digna de quem, na sexta-feira, cumpriu o "maior desafio da terra" ao bater Rafael Nadal pela segunda vez em Roland Garros e que, agora, conquista seu 19º título de slam. O sérvio cola no recorde de Federer e Nadal, que possuem 20 títulos cada e são os maiores vencedores de slam em simples na história do tênis masculino.

Além de embolsar ? 1,4 milhão pela conquista e de passar a somar 2 mil pontos pelo torneio francês, Djokovic se torna o primeiro homem da Era Aberta (a partir de 1968) e o terceiro da história, juntando-se a Rod Laver e Roy Emerson, a vencer cada um dos torneios do grand slam duas vezes (Australian Open, Wimbledon e US Open são os outros). Nole já havia triunfado em Roland Garros em 2016, quando bateu Andy Murray na final.

Aos 34 anos, Djokovic também passa a ser o tenista com mais títulos de slam após completar 30 anos. Roland Garros é sua sétima conquista nesse nível em sua quarta década de vida. Nadal é o segundo da lista, com seis.

Como aconteceu

O início foi nervoso para Tsitsipas, que cometeu uma dupla falta no primeiro ponto e precisou salvar dois break points. O grego, no entanto, escapou da quebra graças à uma esquerda vencedora na paralela e um ace. Depois disso, a partida seguiu parelha, com os dois tenistas confirmando seus saques e sem ceder chances. Djokovic vinha sacando melhor e não perdeu pontos com o saque até o oitavo game. No décimo, porém, foi finalmente ameaçado ao cometer uma dupla falta e outro erro não forçado. Tsitsipas teve um set point, mas o número 1 se salvou ao vencer um rali nervoso de 25 golpes. Cheio de moral e com a torcida ao seu lado, Djokovic apostou na consistência e em mais pontos longo e foi recompensado imediatamente. O sérvio venceu mais pontos longos, contando com erros de Tsitsipas, e quebrou para fazer 6/5. O set parecia na mão, mas Nole bobeou. Abriu o 12º game com dois erros não forçados - incluindo uma curtinha ruim - e cometeu um erro forçado com a direita no segundo break point.

A decisão só veio no tie-break, e o jogo ficou nervoso. O sérvio começou mal o game, com seguidos erros. Tsitsipas tinha o tie-break na mão quando sacou em 5/2, mas o número 1 do mundo parou de errar, reagiu e tomou a dianteira com 6/5 e um set point. Foi aí que Tsitsipas brilhou mais. Salvou o set point com uma direita indefensável e, nos pontos seguintes, foi para o ataque, forçando erros do rival e fechando o set em 7/6(6).

O segundo set começou preocupante para Djokovic, que já saiu perdendo o serviço. Tsitsipas abriu 2/0 e mostrava mais energia. Nole não conseguia ameaçar mais o serviço do adversário e, no sétimo game, cedeu mais uma quebra quando afundou uma direita não forçada na rede. Com 5/2 de frente, o grego não bobeou. Depois de perder o primeiro ponto do oitavo game, venceu os quatro seguintes e fechou o set em 6/2.

O número 1 do mundo deixou a quadra no intervalo entre os sets e voltou com uma camisa nova, de cor diferente. Até então, nada que ele tentou taticamente havia funcionado com regularidade. Atacar a direita do rival, como ele fez com o canhoto Nadal, significava enfrentar o golpe mais forte de Tsitsipas. Djokovic também tentou ralis cruzando esquerdas e teve até algum sucesso, mas não o bastante. Suas curtinhas paravam na velocidade de Stefanos, que também tem habilidade junto à rede. Nem as excelentes devoluções do sérvio faziam o estrago necessário. No quarto game, contudo, Nole voltou a jogar de forma mais consistente do fundo, e os erros de Tsitsipas apareceram. O grego ainda salvou quatro break points bravamente, mas perdeu o serviço após um erro provocado por uma bela devolução do número 1. Era o que Djokovic precisava para voltar a jogar mais solto e incisivo. Depois de somar seis winners e dez erros não forçados no segundo set, o sérvio anotou 11 winners e apenas quatro falhas no terceiro. E fim assim, na consistência, que o veterano segurou seu serviço até fazer 6/3 e forçar o quarto set.

A medida em que a partida avançava, Djokovic lia cada vez melhor os saques do oponente. As devoluções do número 1 do mundo começaram a entrar com mais frequência, complicando a vida do grego. Logo no primeiro game do quarto set, Tsitsipas se viu pressionado e acabou perdendo o serviço com um erro forçado. No terceiro game, mais retornos espetaculares do sérvio fizeram a diferença e, com uma curtinha perfeita, Nole abriu 3/0. Com duas quebras de vantagem para o veterano, o quinto set foi inevitável.

Quando o quinto set começou, o primeiro serviço de Tsitsipas desapareceu. Prato cheio para o número 1 do mundo numa final de slam. O grego ainda salvou um break point no game inicial, mas no terceiro, sem encaixar o saque, ficou difícil. Djokovic quebrou, tomou a dianteira e, depois disso, com o jovem mentalmente abalado, a partida não mudou mais. Mesmo aparentemente esgotado, o grego lutou. Salvou mais dois break points no sétimo game e confirmou o serviço outra vez no nono, mas pouco importou. Na reta final, Djokovic mostrou por que é o número 1.

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