Consistente, focado e implacável: Nadal tem atuação típica na estreia em RG

Se as condições de jogo deste ano fazem de Roland Garros um torneio bem diferente do habitual, a segunda-feira viu cenas muito frequentes na história do slam francês. Em sua estreia, Rafael Nadal, campeão 12 vezes no saibro de Paris, fez uma atuação típica: muita consistência, poucos erros e alto nível nos momentos mais importantes. Foi assim que o espanhol aplicou 6/4, 6/4 e 6/2 em cima do bielorrusso Egor Gerasimov, #83 do mundo, e avançou à segunda rodada da competição.

Antes de fazer sua estreia, Nadal declarou que a edição deste ano do torneio francês seria, provavelmente, a mais difícil de sua carreira. Era uma referência às condições de jogo mais lentas provocadas pelas baixas temperaturas (este ano, o evento não está sendo disputado em seu período costumeiro, no verão europeu) e pelas novas bolas, mais duras e que quicam menos - algo que não favorece tanto o jogo do ex-número 1.

A vitória desta terça foi o primeiro passo na tentativa de igualar o recorde de Roger Federer, maior campeão de slams em simples na história do tênis masculino. Se conquistar Roland Garros mais uma vez, Nadal, dono de 19 títulos em torneios deste porte, alcançará a marca do suíço, que acumula 20 conquistas. O próximo adversário do espanhol em Paris será o vencedor do jogo entre o qualifier canadense Steven Diez, número 181 do mundo, e o americano Mackenzie McDonald, #236.

Como aconteceu

Rafael Nadal começou a defesa de seu reinado com a consistência habitual. Mesmo sem consegui tanta profundidade nos golpes, o espanhol fez um set inicial quase perfeito, com apenas cinco erros não forçados. Ele somou apenas oito winners, mas na maioria do tempo controlou as trocas de bola em seus games de serviço, forçando Gerasimov a erros ou induzindo o bielorrusso a atacar em bolas de baixa porcentagem. Uma quebra no sexto game, quando Rafa venceu um rali de 19 golpes, deu a vantagem necessária.

Pouco mudou no segundo set. Gerasimov tentava agredir nos seus games de serviço e ia à rede sempre que possível - o que não significa tantas vezes assim - para tentar fugir das trocas no fundo de quadra, que favoreciam o espanhol. Nadal, mais uma vez, precisou de apenas uma quebra, que veio logo no terceiro game. Depois disso, o veterano até arriscou um pouco mais. Ainda assim, somou apenas seis erros na parcial e fez 6/4.

Até então, Nadal não tinha cedido um break point sequer, mas Gerasimov saiu na frente na terceira parcial, abrindo 2/0 graças a um backhand para fora do espanhol. Foi aí, então, que apareceu mais uma característica típica do favorito: elevar o nível de jogo nos momentos mais importantes. Foi isso que aconteceu. Rafa devolveu a quebra imediatamente e passou a jogar ainda melhor. Resultado? Venceu seis games seguidos e fechou o jogo sem drama.