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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Só uma tragédia tira o título brasileiro do Palmeiras

Colunista do UOL

13/08/2022 20h54

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Ainda falta quase um turno inteiro pela frente, Flamengo, Fluminense e Athletico jogam mais que o Corinthians e vêm pontuando bem, mas o Palmeiras só não será campeão brasileiro se um meteoro cair na Barra Funda. O time não perde e demonstra a cada semana muito preparo para driblar adversidades. Vinha fazendo um jogo inferior ao Corinthians, estava visivelmente cansado, mas aproveitou um vacilo do rival para matar o Derby no contra-ataque.

Vitor Pereira escalou Róger Guedes e Yuri Alberto juntos. O primeiro mais pelo lado esquerdo do ataque. Renato Augusto voltou a ser titular. Fágner, Fábio Santos, Gil e Adson ficaram no banco. Já Abel Ferreira teve o importante desfalque de Gustavo Scarpa. López entrou e Rony jogou pelo lado esquerdo, Dudu pela direita. Mayke começou jogando e Marcos Rocha ficou no banco.

O Corinthians foi superior ao Palmeiras no 1º tempo. Conseguiu apresentar mais agressividade na circulação da bola e nos movimentos em direção ao gol, principalmente pelo lado esquerdo. Com a aproximação entre Renato Augusto, Róger Guedes e Yuri Alberto, os anfitriões conseguiram boas ações, mas entraram pouco na área, fruto do bom posicionamento e da firmeza da última linha defensiva dos visitantes.

Renato Augusto e Yuri Alberto chegaram a finalizar de dentro da área antes dos 15 minutos, mas sem força, foram parados facilmente por Weverton. Renato e Fausto Vera ainda finalizaram de fora da área com perigo, mas faltava encontrar meios de terminar melhor as jogadas. Proporcionar condições mais favoráveis de finalização a quem fosse concluir em gol.

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Como Corinthians e Palmeiras começaram o Derby válido pela 22ª rodada do Brasileirão 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

O Palmeiras estava visivelmente abaixo em nível de intensidade. Rodou muito menos o time em relação ao Corinthians e a rodada de meio de semana. Sem contar que o duelo com o Galo foi mais intenso, realizado na quarta-feira, e a equipe teve um homem a menos por 60 minutos. O efeito foi uma rotação baixa nas movimentações ofensivas e uma abordagem de marcação mais permissiva.

O Verdão até trocou passes no ataque em determinados momentos, ocupou bem os espaços, mas não havia infiltração na última linha rival e as conexões não aconteciam com frequência. Os melhores lances vieram em contra-ataques. Rony finalizou duas vezes. Uma por cima, e a outra para a defesa de Cássio. Os passes e cruzamentos de qualidade de Gustavo Scarpa também faziam muita falta.

O Palmeiras voltou para o 2º tempo apostando ainda mais em Rony atacando as costas da defesa corintiana. Incomodou assim. Elaborava menos os ataques. O Timão seguiu o mesmo. Trabalhava bem a posse, circulava no ataque, mas finalizava pouco de dentro da área. Renato Augusto e Lucas Piton acertaram bons arremates de longe. Weverton respondeu bem.

Abel começou a ''refrescar'' as pernas da equipe. Gabriel Menino e Wesley entraram. Rony e Veiga saíram. Os contra-ataques ganharam potência e o time abriu o placar assim, Fágner errou uma inversão de bola e deu no peito de Dudu, ele acelerou e tocou para Wesley no bico esquerdo da grande área. Piquerez passou e recebeu. O cruzamento rasteiro encontrou os pés de Roni, que marcou contra a própria meta.

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Róger Guedes disputa bola com Zé Rafael em Corinthians x Palmeiras, pelo Brasileirão
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

O Corinthians não teve forças nem para fazer uma pressão constante e tentar o empate. Desabou mentalmente depois do gol e vê a realidade escancarada de forma cruel. É difícil acreditar em qualquer reação no Brasileirão. Precisa ter cuidado para não sair da zona de classificação direta para a Libertadores. Está eliminado da competição sul-americana e tem uma situação complicada de reverter na Copa do Brasil.