Botafogo e Ceará: iguais no placar e no campeonato medíocre que fazem

O empate por 1x1, na tarde deste sábado, refletiu bem o que é o desempenho dos alvinegros neste Brasileirão. Oscilações, desequilíbrios em diferentes setores das equipes, e decepções nas duas torcidas. O Botafogo abriu o placar cedo e foi melhor na 1ª etapa. O Ceará respondeu bem a algumas mexidas na equipe, no 2º tempo, e poderia ter vencido Na tabela, os clubes seguem na ''zona morta'', a cinco pontos do Z4.

Luís Castro não teve Lucas Piazon, Marçal, Hugo e Gustavo Sauer, mas contou com o retorno de Cuesta à zaga titular. Daniel Borges precisou ser improvisado na esquerda e Saravia foi o lateral-direito. Luis Henrique formou como titular pela primeira vez desde que voltou.

Marquinhos Santos teve os desfalques de Diego Rigonato, Richardson, Bruno Pacheco, Rodrigo Lindoso, Dentinho e Matheus Peixoto. Guilherme Castilho ganhou oportunidade ao lado de Richard Coelho no meio-campo. Jhon Vásquez também entrou. Lima atuou centralizado e Vina mais adiantado novamente.

O Botafogo conseguiu aproveitar melhor o início de trocação franca entre as equipes. Os alvinegros começaram se atacando mutuamente. com bastante ímpeto, e deram espaços para o contragolpe rival. Erison escapou em velocidade e foi derrubado por Luiz Otávio. Lucas Fernandes bateu a falta pelo lado direito da intermediária, e Cuesta ganhou de Castilho pelo alto para marcar logo aos oito minutos.

A partir da vantagem do Glorioso, o jogo teve outra cara. O time da casa recuou o bloco de marcação. Teve concentração e pegada, e o Vozão encontrou muitas dificuldades para furar a defesa carioca. Vina recuava bastante para participar da articulação. Lima e Mendoza infiltravam pelo meio, na última linha de defesa do Botafogo. Vásquez dava amplitude pela direita, mas Victor Luís era pouco agressivo pela esquerda.

Os movimentos do time cearense não eram tão bem coordenados, apesar da intensidade, e isso fazia com que a troca de passes fosse estéril, sem as conexões necessárias perto da área para criar. A única boa jogada ofensiva do time veio em um raro contra-ataque aos 33'. Vasquez tabelou com Vina e cruzou na área. Mendoza raspou de cabeça e Castilho perdeu um gol incrível.

O lance acabou sendo um alerta para o Botafogo. A marcação era forte. Tchê Tchê fechava bem os espaços centrais com Lucas Fernandes e Carlos Eduardo. A última linha estava atenta. Mas era necessário reter um pouco mais a bola, acertar contragolpes para causar danos ao Ceará.

Os visitantes perderam Vasquez, lesionado, e Cléber entrou. O Vozão ganharia presença na área. O problema é que o centroavante sofreu lesão muscular apenas dois minutos em campo, e precisou ser substituído por Zé Roberto. Menos mal que isso não fez falta na prática. Mendoza fez boa jogada pela esquerda logo no início do 2º tempo e descolou um escanteio. Vina bateu, a zaga falhou, e o camisa 10 empatou.

O jogo voltou a ficar aberto. Com os jogadores em funções mais adequadas às suas características, o Ceará melhorou sua produtividade. Lima só não virou aos dez minutos porque Gatito fez grande defesa. O paraguaio pegou outra bola dificílima logo depois. Guilherme Castilho bateu falta no ângulo esquerdo e ele espalmou. Jeffinho encontrou espaço em dois contragolpes, fez boas jogadas, mas errou nas finalizações.

Lucas Fernandes era o melhor jogador do Glorioso. Muito ativo no meio-campo. Toda hora sendo acionado e gerando agressividade. Na marcação, foi firme. Chutou duas bolas perigosas depois dos 30 minutos Erison e Tchê Tchê também apresentavam um bom nível. As melhores chances da reta final do jogo, porém, foram do Ceará.

Fernando Sobral recebeu de Zé Roberto em contra-ataque e, na cara de Gatito, isolou. Vina, outro a ter boa atuação, quase virou o jogo aos 41'. Bateu falta pela esquerda na direção da meta e quase encobriu Gatito. Fernando Sobral recebeu na entrada da área logo depois e chutou rente ao ângulo esquerdo. Mendoza sai de frente com o goleiro botafoguense em contra-ataque puxado por Vina e mandou pra fora.

O Botafogo segue com uma das quatro piores campanhas como mandante no Brasileirão 2022. Venceu apenas três dos dez jogos realizados em seus domínios. O Ceara marcou apenas dois gols nos últimos quatro jogos, mesmo período que está sem vencer. Vai precisar ser mais regular para eliminar o São Paulo na próxima quarta-feira, pela Copa Sul-Americana.