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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Momento do Fluminense mostra aprimoramento do ''estilo Diniz''

Colunista do UOL

19/06/2022 20h57

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O tricolor carioca voltou ao G-6 do Brasileirão com a vitória sobre o Avaí, na noite deste domingo, no Maracanã. A campanha não é brilhante, precisa ser mais contundente, mas o desempenho do time está acima dos resultados, e isso fortalece a sensação de quem vem acompanhando a equipe com mais atenção. O tão debatido ''estilo Diniz'' vem ganhando cada vez mais competitividade.

O técnico do Tricolor passou por momentos diferentes nas últimas temporadas. Fez boas e más campanhas no Brasileirão, mas sempre teve como ideia a posse de bola para dominar os adversários. Faltava mais organização defensiva, contundência nas finalizações, e leitura tática para reduzir os riscos em determinadas situações, problemas que tem sido mais raros de se observar.

Fernando Diniz não pôde contar com Cris Silva. Caio Paulista foi improvisado na lateral-esquerda. Nonato ganhou a vaga de Wellington no meio-campo e Arias retornou ao time. Eduardo Barroca teve o seu meio-campo titular de volta. Douglas foi desfalque na meta e Vladimir seguiu na equipe.

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Como Fluminense e Avaí começaram o jogo válido pela 13ª rodada do Brasileirão 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

O Fluminense teve 20 minutos iniciais de magia. Imposição com a bola no pé. Aproximou jogadores no setor da pelota, trocou passes, se mexeu com desenvoltura, e progrediu com agressividade no campo. Desta forma criou cinco bons ataques. Em um deles, Nonato descobriu Arias nas costas do meio-campo e o colombiano deixou Cano na cara do gol. O argentino marcou o 22º gol em 39 jogos nesta temporada.

Além da postura com a bola no pé, sobrava disposição para reagir rápido ao perder a posse e inibir qualquer ação ofensiva do Avaí. O time de Santa Catarina, como vários outros que encaram times treinados por Fernando Diniz, mostrava-se confuso para marcar. Tinha inferioridade no setor das jogadas, e abria espaços entre a defesa e o meio-campo quando tentava compensar essa situação. Parecia sempre atrasado.

O ímpeto tricolor caiu na segunda metade do 1º tempo e o jogo ficou mais equilibrado. Bem organizado em seu ataque posicional, o Leão da Ilha circulou a bola na intermediária rival, e chegou com perigo em dois contra-ataques. Bissoli finalizou forte em ambos. Fábio fez boa defesa. A queda de energia dos anfitriões teve uma quebra aos 34'. Luiz Henrique recebeu de Ganso em profundidade e chegou perto de ampliar.

Arias lia muito bem os espaços nas costas dos volantes avaianos. Samuel Xavier e Caio Paulista eram agudos pelos lados. Ganso, André e Nonato se aproximavam constantemente e controlovam as ações no meio. Luiz Henrique e Cano davam volume no último terço do campo, e os zagueiros eram corajosos e precisos nas saídas de bola.

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Germán Cano, do Fluminense, comemora seu gol contra o Avaí no Brasileirão
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

O Avaí continuou crescendo na 2ª etapa. Raniele fez grande jogada em gol bem anulado de Bissoli e também chutou com perigo da entrada da área. Jean Cleber deu mais força ao meio-campo, mas o time se abriu, não foi tão contundente no ataque, e o Fluminense, mais recuado, aproveitou para matar o jogo no contra-ataque.

Samuel Xavier tabelou com Luiz Henrique aos 22' e acertou o travessão pela segunda vez no jogo. Já Matheus Martins, que havia acabado de entrar no lugar de Cano, foi mais preciso. Ganhou de Arthur Chaves e Bressan e bateu na saída do goleiro seis minutos depois.

Os visitantes valorizaram a vitória do Fluminense até os últimos minutos. Lutaram. Conseguiram superar o grande controle dos anfitriões no início, mas isso não foi suficiente para conquistar pontos. Ainda deu tempo de Willian Bigode e Caio Paulista chegarem perto de marcar o terceiro, e Samuel Xavier acertar o travessão pela terceira vez nos acréscimos.