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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mudanças de esquema e sistema dão caminho mais competitivo ao Botafogo

Colunista do UOL

16/06/2022 18h00

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Depois de quatro derrotas seguidas e a absurda invasão do CT do clube por parte de membros de torcida organizada, o Botafogo deve ganhar dias de paz. Entrou em campo de forma diferente na parte tática e bateu o São Paulo por 1x0, no estádio Nilton Santos. Carli, Kayque e Cuesta foram os destaques. Luís Castro mudou o esquema do time e a estratégia. O Glorioso marcou mais atrás e foi vertical com a bola, trocou menos passes até chegar na área rival.

O português teve desfalques. Luis Oyama, Diego Nascimento, Del Piage, Lucas Fernandes e Victor Sá não jogaram. Ele resolveu utilizar três zagueiros e Carli voltou ao time. Kayque, Patrick de Paula e Lucas Piazon ganharam chance. Tchê Tchê e Daniel Borges foram para o banco. Rogério Ceni também teve várias ausências. Diego Costa e Arboleda retornaram. Patrick foi titular pela esquerda do meio-campo.

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Como Botafogo e São Paulo iniciaram a partida válida pela 12ª rodada do Brasileirão 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

Muito pressionado, o Botafogo apresentou um comportamento altamente competitivo em todo o 1º tempo. Com entrega extrema, bloqueou as opções de avanço do São Paulo nas proximidades da sua área. Em determinados momentos subiu o bloco de marcação e fez desarmes no campo de ataque, acelerando em jogadas verticais na sequência. Saravia e Erison finalizaram com perigo antes dos 20 minutos.

O Tricolor até conseguiu trocar passes dentro do campo rival. Principalmente pelo lado esquerdo, com aproximação de Welington, Rodrigo Nestor e Patrick, além de bons passes iniciais de Léo, o time de Ceni conseguiu iludir o meio alvinegro, mas pecava nas proximidades da área. Tanto que só finalizou com perigo uma vez. Welington recebeu no bico esquerdo da grande área e chutou forte para Gatito espalmar.

Faltava mais coordenação nos movimentos para gerar espaços, além de equilibrar o raio de ação das jogadas, utilizando também o lado direito. Cuesta, Kanu e, principalmente, Joel Carli, não davam qualquer chance de finalização ao São Paulo dentro da área. Marcavam muito duro quando os atacantes recebiam de costas para o gol também.

Quando o Glorioso tinha a bola, havia muito ímpeto, mas pouca ocorrência de jogadas coletivas, além de aceleração constante. A retaguarda tricolor fez a sua parte e reagiu bem. Hugo e Saravia eram bem agudos pelos flancos. Erison e Vinícius Lopes se mexiam constantemente. Kayque tentava se somar ao ataque. O time, porém, era impreciso de forma geral.

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Carli não deu a menor chance de imposição a Calleri no 1º tempo
Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF

O cenário do jogo não mudou no 2º tempo. O que se alterou foi a precisão alvinegra. Mais encorajado pelo bom 1º tempo, se soltou. Já o São Paulo, como de praxe, foi um time menos intenso depois do intervalo. Carli perdeu boa chance aos 13'. Kayque, que já havia finalizado com perigo no primeiro minuto, recebeu na entrada da área em contra-ataque puxado por Saravia, aos 16', driblou Nestor e marcou um belo gol.

Ceni sacou Rafinha, Welington e Luciano para as entradas de Igor Vinícius, Reinaldo e Rigoni. O São Paulo seguiu com os mesmos problemas do 1º tempo. Presente no ataque, mas com dificuldades de converter esse volume em chances criadas. Rigoni ainda conseguiu elevar o nível técnico do ataque e serviu Calleri num contra-ataque perigoso aos 33'. O camisa 9 driblou Carli e chutou cruzado pra fora.

Éder também foi a campo na vaga de Diego Costa, desfazendo o esquema com três zagueiros, mas o Tricolor não foi capaz nem de pressionar na base do ''abafa''. A irregularidade segue sendo a tônica no Morumbi. Já o Botafogo parece ter encontrado um novo caminho. Um sistema mais condizente com sua realidade técnica.