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Grêmio parece não ter entendido ainda como se joga uma Série B
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A Série B do Campeonato Brasileiro é uma competição cheia de particularidades. Quem já foi bem sucedido nela sempre fala sobre isso. Entre os mandamentos, estão a intensidade e a concentração acima do apreço técnico em determinadas partidas. Diante do Cruzeiro isso já tinha ficado nítido, e foi reforçado no empate contra o Ituano no interior paulista. Certamente explica a irregular campanha até aqui. O Galo foi mais organizado e competitivo ao longo dos 90 minutos.
Mazola Junior não teve o atacante Neto Berola para escalar o Ituano. Repetiu o time-base que vem utilizando nos últimos jogos sob o esquema 4-3-2-1, com Aylon e Gerson Magrão bem sotltos por trás de Rafael Elias. Já Roger Machado barrou Lucas Silva e teve alguns desfalques que já são rotineiros. Gabriel Silva entrou no meio-campo gremista.
Se uma equipe fez por merecer a vitória nos primeiros 45 minutos, ela vestia rubro-negro. O Ituano marcou muito forte no seu próprio campo. Foi compacta entre os setores, agressiva na abordagem de marcação, concentrada para ter coberturas corretas, e acelerou bastante ao roubar a bola. Foram sete ações ofensivas de destaque, a maioria delas em contra-ataques.
Com Rafael Pereira, Kaio e Lucas Siqueira protegendo a frente da defesa, flutuando com rapidez na direção da bola e negando espaços, o Ituano fez aparecer o principal problema gremista: a pouca criatividade. Com a iniciação dos ataques sempre concentrada no trio Villasanti, Bitello e Gabriel Silva, o Tricolor não teve uma boa distribuição. Foi confuso e afobado. Não teve também opções de passe vertical frequentes, fruto de movimentos descoordenados.
Gabriel Teixeira flutuava mais para o meio em relação ao que fazia Elias Manoel. Diego Souza ficou mais fixo na área e os laterais tentaram ser participativos no campo rival, sempre dando amplitude, mas a bola não circulava de forma fluída e as jogadas pelo meio eram rotina, quase sempre de forma aleatória e sem efeito. Posteriormente o Imortal passou a fazer cruzamentos da intermediária, sem ganhar necessariamente a linha de fundo.
Num rebote de bola levantada na área veio a única boa finalização gaúcha na 1ª etapa. Bitello, já nos acréscimos, bateu colocado perto do ângulo esquerdo de Pegorari. Já Brenno foi o principal responsável pelo 0x0 no placar. Fez uma defesa sensacional em chute a queima-roupa de Gerson Magrão. Bernardo cabeceou na trave e Lucas Siqueira bateu no mesmo poste esquerdo logo depois. Aylon e Kaio formavam uma boa dobradinha pela direita.
Roger Machado sacou Gabriel Silva e Elias no intervalo. Elkeson e Campaz entraram. O Grêmio passou a um 4-4-2. Elkeson fez dupla de ataque com Diego Souza. Campaz jogou pela direita e Gabriel Teixeira seguiu na esquerda. O Ituano manteve a postura e mandou uma bola na trave logo no primeiro minuto, novamente em cabeçada de Bernardo. O Tricolor se defendeu muito mal nas bolas paradas aéreas.
Quando tudo parecia seguir o mesmo roteiro da 1ª etapa, a presença de área e o oportunismo de Diego Souza apareceram. Campaz bateu escanteio e a bola sobrou para Gabriel Teixeira levantar na área. Bernardo errou e o centroavante gremista matou no peito para marcar. O quarto tento dele na Série B, o nono em 14 jogos na temporada 2022. Fora outras três assistências. Gerou diretamente mais de um terço dos gols gremistas no ano.
A vantagem deu um pouco mais de tranquilidade para o Grêmio, que seguiu sem criar, mas ao menos valorizou um pouco mais a posse de bola e se organizou defensivamente. Já pelo lado do time da casa, o gol marcado por Diego Souza causou efeitos negativos na parte anímica. O Galo seguiu tentando, mas sem a mesma organização anterior, e também sem os generosos espaços que encontrava no 1º tempo.
Apesar do cenário diferente do que foi visto antes do intervalo, não seria justo com a equipe da casa sair de campo derrotada. Lucas Nathan, que havia entrado 15 minutos antes, marcou de cabeça nos acréscimos, aproveitando ajeitada de Léo Santos, e mais um erro do time gaúcho em bola levantada na área. O trabalho de Roger Machado completa três meses nesta semana, mas pouca evolução é vista até o momento.
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