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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Avaí chega ao G-4 com o estilo de Barroca. Conheça!

Colunista do UOL

10/05/2022 04h00

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Eduardo Barroca é um dos técnicos jovens das Série A de mais fácil entendimento das ideias que busca implementar. Isso se dá pela nitidez dos padrões adotados nas equipes que dirige. Algo que se repete agora no Avaí. O Leão tem aproveitamento de pontos bem acima da expectativa inicial na competição, mas sem abdicar de ser agressivo e organizado com a bola.

É natural que um time que venha da Série B e não possua potencial grande de investimento tenha predileção por jogar fechado, na base de contra-ataques, explorando um possível erro do adversário. Logicamente que o Avaí deverá ter tal característica diante de rivais muito poderosos fora de casa, mas não é essa a proposta-base do time.

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O time-base que Barroca vem escalando no Brasileirão. Não há nenhuma grande referência técnica
Imagem: Rodrigo Coutinho

Uma rápida olhada apenas nas estatísticas até o jogo de ontem contra o Coritiba, mostrava o Avaí com a quinta menor posse de bola da competição. Mas é preciso, como em todo uso de estatísticas, aliar números com observação do jogo. E aí chegamos e real conclusão deste dado.

Dificilmente o Avaí estará entre as maiores posses do Brasileirão. Há mais de uma dezena de equipes mais qualificadas tecnicamente, e algumas delas também buscam a pelota como forma de se impor. Então é natural que o time seja batido em alguns momentos nessa ''queda de braço'' dentro do gramado.

Barroca completa três meses de Avaí nesta semana. Tempo curto para maiores desenvolvimentos, mas o suficiente para identificar qual é a ideia em diferentes cenários. Como faz desde a base, implementa o jogo de posição em seus trabalhos. Cada atleta ocupa obrigatoriamente o seu espaço no gramado, e isso gera linhas de passe mais naturais. A partir disso eles interagem.

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Saída de bola feita com a linha sustentada com os quatro jogadores da defesa e o tripé de meio posicionado. Repare como Bruno Silva, um dos meias, se coloca para receber a bola nas costas da linha de meio-campo rival, uma constante
Imagem: Rodrigo Coutinho

Muitos acham que esse modelo consiste em jogadores estáticos, mas não é isso. Os atletas se mexem dentro de espaços pré-estabelecidos e até podem trocar de posição, desde que os setores estejam preenchidos. Depois de partidas com dificuldades para criar, isso está sendo bem executado com frequência, e a média de gols cresceu.

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Pontas sempre bem abertos, gerando amplitude ao time perto da área, meias atacando os espaços por dentro e centroavante no meio do ataque. Muitas triangulações são buscadas pelos flancos com o apoio dos laterais
Imagem: Rodrigo Coutinho

Acreditar que o Leão se manterá na 3ª posição do Campeonato Brasileiro até o final parece utopia. As oscilações de desempenho e os desfalques importantes virão. Mas o melhor início de competição da história do clube merece ser exaltado, bem como o ganho de pontos que será fundamental para um resultado diferente daquele imaginado até mesmo pelos torcedores mais otimistas do clube ao final da competição.