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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ataque produz bastante, mas defesa segue gerando insegurança ao Flamengo

Colunista do UOL

28/04/2022 20h56

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O Flamengo segue com 100% de aproveitamento na Libertadores 2022. Lidera o Grupo H com folga após a vitória por 3x2 sobre a Universidad Católica. A boa notícia é a quantidade de oportunidades criadas e o encaixe do sistema ofensivo. A má é a incapacidade de passar um jogo sem tomar sufoco na defesa. Paulo Sousa fez mexidas bem questionáveis e o time perdeu totalmente o controle da partida no 2º tempo.

Comandada pelo técnico interino Rodrigo Valenzuela, a Universidad Católica entrou em campo com Galani no miolo de zaga. Gutierrez e Leiva formaram a dupla de volantes em uma escalação bem ofensiva. No Flamengo, Paulo Sousa usou sua força máxima disponível. Santos foi o escolhido no rodízio promovido na meta e Willian Arão atuou como zagueiro de novo.

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Como Católica e Flamengo iniciaram a partida
Imagem: Rodrigo Coutinho

Sem perder fora de casa na Libertadores há dez jogos, o Flamengo começou a partida da mesma maneira que vem fazendo em sua história recente na competição. Tranquilo e confortável. Buscando a bola para se instalar no campo de ataque e dominar as ações desta forma. Bem posicionado, se mexendo com inteligência e de forma organizada, não demorou para abrir o placar.

Bruno Henrique aproveitou uma roubada de bola de Thiago Maia no campo de ataque, tabelou com João Gomes, e acelerou pela esquerda. Gabigol fez uma diagonal perfeita entre os zagueiros e recebeu em profundidade para marcar. O Rubro-Negro mostrava um bom posicionamento para marcar em bloco médio ou alto e anular as opções de passe do time chileno, mas sofria num cenário diferente.

Quando a Católica superava essa pressão inicial, encontrava muitos espaços nas proximidades da área carioca. O time demorava a se reposicionar, e a abordagem de marcação não era intensa. Do outro lado, jogadores como Leiva e Gutierrez iniciavam bem os ataques. Fuenzalida e Cuevas eram ativos pelos lados, e Orellana lia com inteligência e mobilidade as lacunas. O empate não demorou a acontecer.

O experiente Orellana encontrou Zampedri em condições de marcar com um lindo passe de calcanhar. O centroavante foi desarmado por Isla, atrasado no lance, mas a bola morreu no fundo da rede de Santos. Os 15 minutos iniciais resumiram perfeitamente a partida. O Flamengo iludia com a bola, funcionava, mas sem ela era muito irregular.

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Isla mais uma vez teve uma atuação insegura defensivamente
Imagem: Gilvan De Souza / Flamengo

Como possui mais qualidade, o primeiro cenário beneficiou o Mais Querido, e algumas chances foram produzidas a partir de lances bem trabalhados coletivamente, mas sempre com a participação brilhante de Arrascaeta. Foi assim no segundo gol, quando sustentou bem a pressão de Rebolledo e acertou um lançamento primoroso para Bruno Henrique servir Gabigol mais uma vez.

O uruguaio ainda iniciaria dois lances que terminaram com finalizações imprecisas do camisa 9 rubro-negro. Bruno Henrique também protagonizou dois lances de perigo. A Católica por sua vez, mais nervosa e errando bastante a esta altura, seguia agressiva com a bola, e chegou perto de empatar com Cuevas aos 44'. Novamente Orellana participou de maneira decisiva.

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Gabigol segue empilhando recordes com o Manto Sagrado
Imagem: Staff Images / CONMEBOL

A sensação é que mesmo jogando melhor o Flamengo não tinha o total controle das ações pelas oscilações defensivas. Isla e Willian Arão erravam bastante o posicionamento e o tempo de resposta em algumas jogadas na última linha. A solução trazida por Paulo Sousa no intervalo foi a entrada de Andreas Pereira no lugar de João Gomes.

Nitidamente o time perdeu ainda mais força de marcação, mas talvez a opção tenha sido por alguém com o passe mais preciso. A Catolica passou a explorar ainda mais o lado direito de defesa do Flamengo no 2º tempo. Rondava perigosamente a área, mas errava no momento do último passe. Fuenzalida chegou a acertar a trave aos 17'. A posse de bola chilena passou a ser bem superior.

Os espaços, em contrapartida, aumentaram para o Flamengo contra-atacar. Bruno Henrique, em ótima atuação, fez grande jogada e Gabigol bateu na rede pelo lado de fora. Na sequência, Everton Ribeiro, em noite apagada, se precipitou ao servir o centroavante em jogada simples. Paulo Sousa sacou Arrascaeta, Bruno Henrique e Everton Ribeiro na sequência. Diego, Marinho e Lázaro foram a campo.

O time da casa seguiu pressionando. mas sem precisão. Reclamou bastante com o árbitro José Argote. Pediu pênalti em lance com o ótimo Orellana quando o jogo ainda estava 2x1, e falta no zagueiro Galani na origem do gol marcado por Lázaro, aos 38 minutos. Marinho e Pedro participaram da construção do gol que deu tranquilidade aos rubro-negros. Buonanotte ainda descontaria nos acréscimos, dando números mais reais ao placar da partida.