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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coutinho: Média de Gabigol só é inferior à de Neymar nos últimos dez anos

Gabigol comemora gol do Flamengo sobre o Atlético-MG pela Supercopa  - ARTHUR MIRANDA/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO
Gabigol comemora gol do Flamengo sobre o Atlético-MG pela Supercopa Imagem: ARTHUR MIRANDA/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

27/02/2022 04h00

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Gabriel Barbosa é uma figura que desperta emoções diversas. Há quem o idolatre, sobretudo os rubro-negros, e há a ala que o ataca. Desempenho abaixo na Seleção e fracasso no futebol europeu são os principais argumentos. Uma coisa, porém, é inegável. Só um atleta fez mais gols em média que Gabi no Brasil nos últimos dez anos: Neymar. O principal nome da atual geração.

Mesmo com algumas questões a serem aprimoradas por Gabigol, como a melhor utilização da perna direita e o aproveitamento maior das muitas chances que tem, não há nenhum outro atleta que tenha passado pelo Brasil desde 2012, com exceção de Neymar, a ostentar a mesma marca que o camisa 9 do Flamengo.

Desde a época do Santos já se mostrava um artilheiro nato. Foi o maior goleador do Brasileirão de 2018, por exemplo, o último pelo clube que o revelou. Mas ao chegar no Flamengo aumentou bastante a sua produção em números.

Obviamente que isso tem a ver com a inserção em uma equipe melhor tecnicamente. Gabriel divide o setor ofensivo com atletas como Bruno Henrique, Arrascaeta e Everton Ribeiro desde 2019, mas a rápida identificação com o clube carioca e a atitude em campo na grande maioria dos jogos pesam demais neste contexto.

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Somente atletas que jogaram a Série A e fizeram ao menos 20 jogos na temporada
Imagem: Rodrigo Coutinho

Em números absolutos, ficou no topo de ranking de artilheiros por temporada em 2019, quando fez 43 gols em 59 jogos. Em 2020 e 2021, esteve atrás de Diego Souza e Hulk, líderes respectivos dos anos em questão, mas produziu mais. Possui a melhor média de gols em comparação a ambos. O dado realmente qualitativo da disputa.

A primeira temporada no Flamengo foi a da sua consagração com os gols decisivos na Libertadores e um Brasileirão brilhante como toda a equipe comandada por Jorge Jesus. Mas a sequência fez com que ele apresentasse média de gols ainda melhor, algo que vem tendo continuidade em 2022.

Mesmo com o polêmico episódio da cobrança de pênalti na final da Supercopa do Brasil contra o Atlético Mineiro, quando não se apresentou para bater a penalidade desperdiçada por Vitinho, Gabriel já fez cinco gols e deu uma assistência em seis jogos. A cada partida gerou um tento diretamente. Isso é muito relevante!

O número de assistências também é grande. 12 em 2019, 12 em 2020, e dez na última temporada. Ao todo ele participou diretamente de 144 dos 356 gols feitos pelo Flamengo desde 2019, 40% dos tentos rubro-negros. Influência gigante na produção ofensiva.

Gabriel tem pontos a melhorar e ir à Copa do Qatar com a Seleção passa bastante por isso, mas não dá para questionar a eficiência que tem no âmbito sul-americano. É hoje o principal goleador do continente.