Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Por que o desempenho de Hulk no Galo é ainda mais impressionante
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Prestes a completar cinco meses desde sua estreia no Atlético Mineiro, o atacante Hulk é o melhor jogador do Brasileirão 2021 até o momento. Se isso surpreende a muitos que sempre tiveram uma avaliação totalmente deturpada do potencial do atleta, o feito ganha ainda mais relevância se observarmos o contexto em que ele está inserido no Galo. O time tem pouca organização coletiva para criar.
A afirmação acima poderia ser o terror de nove entre dez homens de ataque. Não tem sido para Hulk. Qualquer jogador que atue mais avançado precisa de uma equipe que produza o mínimo de condições favoráveis - chances de gol e espaços - para que ele possa colocar em prática o potencial. O camisa 7 atleticano é quem tem produzido esse cenário na maioria dos jogos. E o melhor, ele mesmo decide.
Hulk conta com companheiros de altíssimo nível. Seus parceiros de ''ataque ideal'' são Savarino e Keno. Pontas muito agressivos e com capacidade de desequilibrar com dribles. Nacho Fernandez é o principal articulador do meio-campo alvinegro, um meia muito acima da média para os padrões do futebol brasileiro. Ainda tem Guilherme Arana, Junior Alonso, Jair, Allan, Zaracho, Tchê Tchê, Hyoran, Nathan, Vargas, Sasha... O elenco é muito bom! E isso encoberta a limitação do trabalho que Cuca vem fazendo na parte ofensiva.
Pelo investimento, nível técnico, e tradição do Atlético, é natural que vários dos adversários não tomem a iniciativa de atacar o time mineiro. Se fecham na defesa e buscam explorar os contra-ataques como estratégia principal. Neste cenário, mesmo com toda a qualidade já descrita, o Galo tem sofrido demais. Não fosse algumas ações individuais de Hulk, os resultados certamente não apareceriam.
Mas Hulk é jogador do Atlético. É justo que ele decida. Sim! A questão não é exatamente essa. É depender de uma ação isolada dele ou de algum outro jogador para que o time produza. Cuca precisa desenvolver padrões mais identificáveis de movimentação. Desde a saída de bola até as proximidades da área adversária.
O que vemos é uma ocupação de espaços com os laterais dando amplitude no campo de ataque, os pontas flutuando para o centro, se aproximando de Hulk, Nacho, e do volante com mais liberdade para atacar, geralmente Tchê Tchê. E depois? Nada! Não há movimentos pensados para criar os espaços, gerar as interações naturais entre os atletas, e possibilitar a eles um cenário mais favorável.
Não se trata de inibir ou podar o talento e a liberdade de cada jogador, mas sim oferecer meios para que isso apareça com mais frequência e condições de aumentar a quantidade de boas decisões individuais possíveis. Num futebol com cada vez menos espaço e nivelado na parte física, depender de lampejos individuais, mesmo que estes venham sendo frequentes, pode ser fatal num futuro próximo.
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