Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Guia da Libertadores - Tudo sobre o Grupo A
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Começo hoje aqui no blog a detalhar as chaves da Libertadores da América 2021. A fase de grupos se inicia na próxima terça-feira. Durante oito dias seguidos vamos mergulhar no cenário atual e entender o momento dos times, como atuam, destaques, e os pontos negativos dos 32 classificados que buscarão a ''glória eterna''. Palmeiras, Defensa y Justícia, Universitário, e Grêmio ou Independiente del Valle formam o Grupo A
Atual campeão, o Palmeiras não tem transformações mais profundas em relação ao time da última temporada. A continuidade do técnico Abel Ferreira é algo positivo. Conseguiu organizar a equipe em pouco tempo de trabalho, desenvolveu padrões e fez o time vencedor de maneira um pouco mais pragmática. A expectativa é pelo desenvolvimento ofensivo contra adversários que jogam mais fechados.
Isso, de uma certa forma, já começou a aparecer na final da Supercopa do Brasil contra o Flamengo, quando o Verdão foi derrotado nos pênaltis, mas apresentou um futebol mais regular do que o rival ao longo da partida. Alternou estratégias e provou que tem um repertório amplo em desenvolvimento. Abel Ferreira já se mostrou assim em outros trabalhos. Consegue fazer o time se adaptar a diferentes cenários sem perder a competitividade.
É provável que nos jogos fora de casa, exceto contra o Universitário, assuma uma proposta baseada em contra-ataques, onde é muito perigoso com Rony, Luiz Adriano, Raphael Veiga, Gabriel Verón, Wesley e Breno Lopes. Já dentro de casa, apresenta uma estrutura organizada, mas que necessita de avanços para gerar os espaços com mais naturalidade. Viña é forte pela esquerda e Raphael Veiga possui muita leitura para entrar na área e finalizar.
A briga por um lugar no meio-campo está aberta. O Palmeiras tem um dos melhores elencos da competição. Felipe Melo, Danilo, Patrick de Paula, Zé Rafael e Danilo Barbosa devem lutar por dois lugares no time. Jogadores com características diferentes, mas todos com qualidade comprovada. Gabriel Menino é o coringa. Gustavo Gómez e Weverton garantem a segurança atrás. Time confiável defensivamente. É um dos favoritos!
Campeão da Copa Sul-Americana em 2020, o Defensa y Justícia aparece novamente no caminho do Palmeiras. Os clubes já estão decidindo a Recopa e terão ao menos mais dois duelos pela frente em 2021. Trata-se de um time corajoso, insinuante e intenso. Premissa do clube, que sempre busca treinadores que implementam esse estilo de jogo. Sebastian Beccacece, ex-auxiliar de Sampaoli, é o comandante.
É a terceira passagem de Beccacece no ''Halcón''. Foi sob a gerência dele que o pequeno clube de Florencio Varela, região metropolitana de Buenos Aires, conquistou um vice-campeonato argentino em 2019, sua melhor colocação na história. Já a Sul-Americana da última temporada foi conquistada com Hernán Crespo como treinador, hoje trabalhando no São Paulo.
O time vem fazendo campanha irregular no Campeonato Argentino e apresenta alguns problemas defensivos. Até pelo estilo ofensivo, dificilmente assumirá uma postura mais retraída até mesmo nos jogos fora de casa. Não faz parte da proposta de Beccacece. A equipe perdeu os zagueiros Hector Martinez e Rafael Delgado para River Plate e Colón, respectivamente. Foram titulares no título da Copa Sul-Americana. O lateral Matías Fernandez, ex-Grêmio, e o atacante Rotondi, ex-Newells, são os principais reforços.
O Defensa joga quase sempre com linha de três na defesa, alas bem espetados no ataque e estrutura posicional para criar, quando cada atleta se mexe dentro de uma zona específica do campo. Em comparação ao trabalho de Crespo, há uma diferença. É um time mais vertical e que usa muitas inversões longas, em diagonal, para gerar situações de mano a mano com seus alas, principalmente Rotondi, pela esquerda. Tecnicamente falta mais qualidade para ser dominante.
O Universitario é o grande ''azarão'' do Grupo A. Vice-campeão peruano em 2020, o clube de Lima carimbou vaga para a sua 32ª participação em Libertadores. É o segundo time do país com mais presenças no torneio e foi vice-campeão em 1972, numa final contra o Independiente. Acreditar em algo parecido é impossível. Pensar até mesmo numa possível classificação ao ''mata-mata'' é improvável.
O time segue sendo dirigido pelo argentino Ángel Comizzo, ex-goleiro da seleção e do River Plate, e comandante do Universitário desde 2019. É a sua segunda passagem pelo clube. Foi campeão nacional em 2013, último título de ''La U'', mas vem sendo muito questionado pela torcida. O time perdeu jogadores importantes da última temporada, não repôs com tanta qualidade, e começou mal o campeonato local.
Outro fator que agrava a situação do Universitário é o fato de ter que receber o Palmeiras fora de seu país na 1ª rodada. O governo peruano proibiu a chegada de voos oriundos do Brasil e há indefinição sobre o local da partida. O clube contratou o meia uruguaio Novick, ex-Peñarol e Cerro Porteño, o centroavante argentino Enzo Gutierrez, ex-Universidad de Chile, e o atacante Valera, que se destacou na liga local.
Em contrapartida perdeu peças fundamentais de sua equipe em 2020. A começar pelo centroavante uruguaio Jonathan dos Santos, que foi para o Querétaro, e passando Hohberg, Millán e Jesus Barco, outros nomes importantes. Tecnicamente está abaixo dos outros times do grupo e geralmente gosta de ter a bola, mas sofre com lentidão para criar e expõe sua pesada linha defensiva.
A última vaga do grupo será preenchida pelo vencedor do duelo entre Independiente del Valle e Grêmio, pela 3ª fase da Pré-Libertadores. O time de Sangolquí venceu o jogo de ida por 2x1 e tem a vantagem de empatar, mas costuma cair muito de produção fora de casa, algo que faz o Defensa y Justícia sonhar mais com uma possibilidade de passar de fase caso os equatorianos se classifiquem.
O Grêmio passa por um momento de irregularidade. Arrasou o frágil Ayacucho na 2ª fase da Pré-Libertadores, mas teve muitos desfalques para enfrentar o Del Valle em virtude de um surto de covid-19 no elenco. Independente disso, não se pode mais dizer que o Imortal é um time confiável, favorito no confronto. Oscila tanto quanto os equatorianos e precisa recuperar o desempenho de dois anos e meio atrás, quando ainda encantava com seu futebol ofensivo.
De lá pra cá, por mais que o time tenha mantido a competitividade, a sensação é que quase sempre fica abaixo em desempenho, principalmente em jogos importantes, quando muitas vezes deixa para trás o protagonismo com a bola. Por outro lado, mostra capacidade de adaptação frequente para encarar jogos de diferentes cenários, o que é sempre importante numa Libertadores. Diego Souza é o jogador mais decisivo da equipe.
Já o Del Valle é menos ''negociador'' quanto a sua plataforma de jogo. Seja aonde for, busca ter a bola para ocupar o campo rival a partir de seu ataque posicional, dá liberdade para que os zagueiros participem das ações ofensivas e tem em Pellerano uma espécie de regente da equipe. Cristian Ortiz, Pedro Vite, Faravelli e Montenegro têm se destacado recentemente. O time peca nas transições defensivas e mentalmente é muito irregular.
Nesta quarta vamos saber mais sobre o Grupo B...
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