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Rodolfo Rodrigues

OPINIÃO

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Rodolfo Rodrigues: Reforços do São Paulo ainda não empolgam

Nikão autografa uma camisa do São Paulo - Reprodução/Instagram
Nikão autografa uma camisa do São Paulo Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

11/01/2022 17h43

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Depois da campanha decepcionante no último Brasileirão, quando terminou na 13ª colocação e chegar a lutar contra o rebaixamento nas rodadas finais, o São Paulo iniciou 2022 investindo em contratações. Nesta terça-feira (11), anunciou o meia-atacante Nikão, ex-Athletico Paranaense como novo reforço. Antes dele, chegaram o goleiro Jandrei (ex-Santos), o lateral direito Rafinha (ex-Grêmio), e os meias Alisson (ex-Grêmio) e Patrick (ex-Internacional).

Todos esses cinco novos chegam com bastante bagagem no currículo e teoricamente como bons reforços. Mas, com exceção de Nikão, chegam ao São Paulo em baixa, depois de uma temporada ruim em seus clubes. Assim, as escolhas feitas pela diretoria para o time de Rogério Ceni são bem questionáveis.

O goleiro Jandrei, de 28 anos, fez sua última boa temporada em 2018, quando ajudou a livrar a Chapecoense do rebaixamento no Brasileirão. Em 2019, foi vendido ao Genoa, mas em dois anos no clube italiano fez apenas dois jogos. Em 2020, foi emprestado ao Athletico Paranaense e disputou somente 7 jogos. Já em 2021, fez somente um jogo na temporada inteira, pelo Santos, na reta final do Brasileirão. Mesmo sendo contratado para ser reserva de Tiago Volpi, Jandrei chega sem grandes expectativas.

Para a lateral direita, que ficou carente de um bom jogador desde a saída de Daniel Alves, em setembro, o São Paulo buscou o experiente Rafinha, ex-Bayern Munique, Flamengo, Seleção Brasileira e que participou da campanha do rebaixamento do Grêmio em 2021. Longe da forma física e técnica, Rafinha não foi bem no time gaúcho na temporada passada. Aos 36 anos, o jogador chegou a perder a posição para o jovem Vanderson (vendido agora ao Monaco) e acabou sendo utilizado muitas vezes como lateral esquerdo. Como a concorrência é fraca, já que o São Paulo só tem hoje Igor Vinícius para o setor, Rafinha certamente será titular. Mas fica difícil imaginá-lo comendo a bola como antes.

No meio-campo, o meia Patrick, de 29 anos, chega ao São Paulo após quatro temporadas no Internacional. Nessa última, em 2021, não conseguiu o mesmo destaque dos anos anteriores. No Brasileirão, disputou quase todas as partidas (entrou em campo em 34 das 38 rodadas), mas marcou apenas 3 gols e deu 4 assistências. No geral, não rendeu tanto e não conseguiu também levar o Colorado para a Libertadores. Jogador que pode ajudar bastante na marcação, Patrick tem um bom chute e pode ser uma boa opção para Ceni. Mas em momentos de baixa, é um jogador que some bastante e isso é preocupante.

Já Alisson vem num momento até pior que o de Patrick. Aos 28 anos, o meia-atacante fez sua pior temporada pelo Grêmio, em quatro anos de clube. Titular na época de Renato Gaúcho desde 2018, o jogador perdeu espaço em 2021 com Vágner Mancini e fechou 2021 com apenas 4 gols e 3 assistências em 41 jogos. Jogador de bom passe, Alisson chegou a render bem na boa fase do Grêmio, mas foi outro que nada fez para ajudar o time a sair da lama em 2021.

Para completar, o São Paulo trouxe Nikão, sua melhor contratação até aqui. Destaque do Athletico Paranaense na temporada 2021, o jogador foi campeão da Copa Sul-Americana, marcando inclusive o gol da vitória na final contra o Bragantino, e foi muito bem também na campanha da Copa do Brasil, principalmente na semifinal contra o Flamengo, quando marcou dois gols no Maracanã. Em 2021, Nikão disputou 51 jogos, marcou 11 gols e deu 12 assistências, números bons para jogadores daqui. Aos 28 anos, tem uma excelente oportunidade para dar sequência ao seu bom momento na carreira. Mas ainda assim, Nikão também não é o jogador para carregar o piano do time. O atacante tem boa finalização, bom passe, mas está longe de ser um craque a ponto de ser cogitado para a seleção brasileira.

Com jogadores mais experientes, o São Paulo dá o recado de que não vai dar tanto espaço para os garotos da base, como fez em 2021 com Crespo. É uma aposta. Com os atuais reforços, não me parece a melhor escolha.

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