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Rodolfo Rodrigues

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sem inovação tática, Brasil de Tite mereceu o vice da Copa América

Neymar cai e reclama de dor durante a final da Copa América entre Brasil e Argentina - Thiago Ribeiro/AGIF
Neymar cai e reclama de dor durante a final da Copa América entre Brasil e Argentina Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Colunista do UOL

10/07/2021 22h51

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Não deu para a seleção brasileira. Na final da Copa América, neste sábado (10), o time do técnico Tite foi derrotado pela Argentina, por 1 x 0, e ficou com o vice da competição. Pela primeira vez, depois de cinco títulos em casa (1919, 1922, 1949, 1989 e 2019), o Brasil não ficou com o título sul-americano em casa.

A Argentina, por outro lado, quebrou um jejum de 28 anos e voltou a conquistar um título com sua seleção principal depois da Copa América de 1993. Messi, o melhor jogador da competição (foi artilheiro com 4 gols e o líder em assistências, com 5), conquistou também seu primeiro troféu com a seleção principal da Argentina. Nessa final, Messi se tornou ainda o jogador com mais partidas disputadas na história da Copa América ao lado do ex-goleiro chileno Livingstone, com 34 jogos.

Sem conseguir mostrar um novo esquema tático ou inovações no seu padrão de jogo, o Brasil perdeu o título com justiça nessa final contra a Argentina. Depois de começar bem a competição e se classificar com sobras, a seleção de Tite foi piorando a cada jogo nos mata-matas, ficando dependente totalmente do talento de Neymar.

Contra o Chile, nas quartas de final, fez um primeiro tempo ruim e precisou se segurar para garantir a vitória por 1 x 0 com um jogador a menos. Na semifinal, contra o Peru, sofreu no segundo tempo com falta de opções de jogada e se defendendo demais. Contra a Argentina, que exerceu uma forte e dura marcação, o Brasil de Tite praticamente não criou jogadas de gol.

Tite não conseguiu apresentar nada nova para a seleção brasileira nessa Copa América. Não conseguiu tirar o melhor de seus jogadores. Jogadores como Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Éverton Cebolinha fizeram muito pouco nessa competição. No setor ofensivo, apenas o atacante Richarlyson e o meia Paquetá foram mais lúcidos, mas ainda assim muito abaixo de Neymar.

Na final contra a Argentina, na tentativa de deixar o time mais ofensivo, Tite colocou o atacante Roberto Firmino no lugar do volante Fred, amarelado, já no intervalo. Mas a substituição surtiu pouco efeito, já que Firmino outra vez apareceu pouco na partida. Aos 17 minutos, foi a vez de Vinícius Júnior entrar no lugar do apagado Éverton Cebolinha. Já aos 31 minutos, Gabigol entrou no lugar de Lucas Paquetá.

A partir daí a Argentina recuou, se fechou, e o Brasil foi desesperado ao ataque, mas novamente sem conseguir criar ou furar o bloqueio dos argentinos, que fizeram por merecer. Mesmo sem depender do talento de Messi nesse último jogo.

É bom Tite rever alguns conceitos ou pensar novas opções para esse período pré-Copa do Mundo de 2022. Já com a classificação bem encaminhada, pela boa campanha nas Eliminatórias, Tite tem tempo para inovar e sair da mesmice.

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