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Rafael Oliveira

Man Utd segue firme na sua já conhecida irregularidade

O técnico Ole Gunnar Solskjaer, do Manchester United - Carl Recine / Action Images via Reuters
O técnico Ole Gunnar Solskjaer, do Manchester United Imagem: Carl Recine / Action Images via Reuters

Colunista do Uol

04/11/2020 16h53

O Manchester United é responsável por algumas das melhores e piores atuações na temporada. Em um grupo extremamente complicado na Liga dos Campeões, arrancou uma importante vitória sobre o PSG em Paris, atropelou o RB Leipzig com uma excelente partida e, agora, foi derrotado pelo Istambul Basaksehir em uma sofrível exibição.

Por mais contraditório que possa parecer, é uma irregularidade já até esperada. Ou pelo menos conhecida. Não falta potencial, mas falta muito para ser um time confiável.

O trabalho de Solskjaer já teve diferentes momentos. Na maior parte das vezes, funcionou melhor em estratégias específicas para tirar o conforto dos adversários mais fortes nos confrontos mais pesados. Foi o caso diante do Leipzig, por exemplo.

Por outro lado, quando mais precisa dar as cartas e apresentar maior repertório, mostra pouco futebol. Foi o caso na Turquia e em diversos outros jogos.

A exceção foi a reta final da temporada 2019/20, quando a parceria entre Bruno Fernandes e Pogba rendeu a melhor sequência de desempenho em bom nível, com maior conforto para dominar adversários e trabalhar a posse de bola.

Agora, Solskjaer tem um elenco mais numeroso em alguns setores. Isso permite que rode a escalação diante do puxado calendário. O nível não tem agradado e algumas escolhas são discutíveis.

Van de Beek é um bom exemplo do dilema. Funcionou bem diante do RB Leipzig, em uma função bastante específica sem bola e mais próximo da área adversária, espaço em que rende melhor. Contra o Basaksehir, foi escalado mais recuado, próximo da base da saída de bola, o que não é tão compatível com suas principais características.

Não funcionou e o meio ficou mais espaçado. O primeiro tempo mostrou uma equipe vulnerável a cada perda de bola.

Por mais que exista uma expectativa por Van de Beek, Pogba e Bruno Fernandes juntos, o encaixe não é tão simples ou natural, especialmente com Rashford, Martial e Greenwood ocupando duas ou até três posições no ataque.

A profundidade no elenco não deveria ser vista como um problema. Está mais para solução, já que permite que o banco ofereça alternativas de qualidade.

Só que, enquanto o nível coletivo não for minimamente convincente com alguma regularidade, a sensação que fica é a de um time constantemente distante de sua melhor versão.

O Manchester United deu bons passos dentro do grupo na Liga dos Campeões e ainda está em situação favorável. Perdeu uma boa chance de encaminhar a classificação, possivelmente embola a chave e ainda reforçou as dúvidas existentes em relação ao nível de confiança que é capaz de passar para alcançar outro status.