Topo

Rafael Oliveira

Real Madrid respira com empate no fim, mas início na Champions é alarmante

Sergio Ramos e Benzema na partida entre Borussia Moenchengladbach e Real Madrid, pela Liga dos Campeões - Getty Images
Sergio Ramos e Benzema na partida entre Borussia Moenchengladbach e Real Madrid, pela Liga dos Campeões Imagem: Getty Images

Colunista do Uol

27/10/2020 19h28

O Real Madrid foi buscar um empate nos instantes finais contra o Borussia Monchengladbach na Alemanha. A situação não é confortável, mas o 2x2 evita um buraco maior que teria em caso de duas derrotas. Em um equilibrado grupo, corre riscos e agora terá a Inter de Milão pela frente.

O que há em comum nas duas partidas é a sensação de que o resultado poderia ter sido pior. Mas os roteiros e cenários foram completamente diferentes.

Contra o Shakhtar, a dificuldade maior foi encaixar a marcação adiantada, o que permitiu muitos espaços para o time ucraniano acelerar e castigar a defesa constantemente. A reação na reta final amenizou uma diferença que tinha cara de goleada.

Diante do Borussia Monchengladbach, o Real Madrid fez um primeiro tempo bem acima da média na atual temporada. O parâmetro não é dos mais altos em um início de 2020/21 nada convincente, é verdade.

Mas a equipe de Zidane conseguiu iniciar a partida com aspectos positivos. Não era tão incomodada pela habitual pressão do Gladbach e conseguia sair jogando. Com Asensio mais ativo na construção, Mendy combinando com Kroos por dentro, e Valverde importante nas arrancadas, a posse progredia.

O problema inicial era outro: a pouca produção real de chances. A falta de uma fonte confiável de gols é uma conhecida limitação no elenco madridista. Algo até mais evidente com a ida de Sergio Ramos para o ataque nos minutos finais. E nem dá para questionar tanto, já que é um raro parceiro para Benzema na distribuição de gols.

Ironicamente, o Real Madrid buscou o empate em um segundo tempo completamente desorganizado. Após o 2x0, se desestabilizou, cometeu muitos erros de passe e cedeu inúmeras chances ao rápido ataque do Gladbach, que poderia ter ampliado e definido o placar.

Se a estreia apresentou dificuldades na coordenação dos movimentos de marcação adiantada, a segunda rodada evidenciou a limitação de ideias para criar mais perigo com a bola. Teve posse, mas o que fazer com ela? E pior: quando o cenário fica adverso e a urgência bate, além do festival de cruzamentos sem uma referência na área, a tendência é ficar mais vulnerável atrás.

Zidane tem tentado rodar as opções ofensivas, mas ainda não encontrou saídas minimamente confiáveis. O Real Madrid ainda está muito distante de uma versão capaz de convencer. Curiosamente, até apresentou alguns sinais positivos na mesma partida em que esteve perto de ser goleado.

Com Modric e Valverde em melhor nível recente, talvez não seja o momento dos dois disputarem a mesma posição. E Zidane pode voltar a recorrer ao time dos meio-campistas (com Casemiro, Modric, Kroos e Valverde juntos). Não é a solução dos problemas, mas pode ser uma alternativa, além da esperança de que Hazard possa, enfim, ter uma sequência dentro de campo.