Diniz ganhou fôlego, mas algo mudou além do resultado?
O duelo contra o Atlético-GO era encarado como a definição do futuro de Fernando Diniz. Mais um tropeço e o treinador seria demitido pelo São Paulo, era a informação que circulava.
Logo de cara, já é uma linha questionável de gestão. Se uma diretoria, seja ela qual for, estabelece o próximo jogo como decisivo, é porque já não tem mais confiança no trabalho que é desenvolvido.
Esperar a próxima derrota vira apenas a busca por um incentivo que fortaleça a decisão. Se chegou a tal cenário, o que vem pela frente tende a ser apenas perda de tempo, salvo grandes exceções e reviravoltas.
O São Paulo venceu por 3x0 e o jogo teve um roteiro relativamente tranquilo no segundo tempo. Especialmente se comparado com os minutos iniciais, quando a equipe de Vagner Mancini ameaçou pressionar e incomodar a saída de bola.
Para frustração de um país que adora plantar instabilidade para colher êxtase a cada demissão no futebol, ainda não foi desta vez. Mas não parece mudar tanto o cenário, a não ser por um fôlego extra.
Embora seja fácil embarcar na narrativa da volta de peças defensivas, como Luan e Bruno Alves (que foram bem), é importante ressaltar que Volpi foi um dos melhores em campo. Fez pelo menos três grandes defesas, em diferentes momentos do jogo. E foi fundamental também na construção da posse de bola, com alguns dos melhores passes que iniciaram avanços ofensivos.
Além de ceder chances claras, o São Paulo também não marcou tão melhor assim, pelo menos enquanto o Atlético-GO, abaixo do nível recente, conseguiu trocar passes no campo de ataque.
A pouca agressividade inicial se refletia nos muitos gritos de Diniz por maior pressão sem bola. Aos poucos, as chances foram aparecendo e o gol no fim do primeiro tempo representou um alívio compatível com o que era o jogo.
Brenner e Gabriel Sara foram destaques importantes. O atacante, pelos gols marcados e pela ameaça ofensiva que representou. O meia, por ter sido o principal alvo para os bons passes de Volpi e pela participação direta nos gols.
Foi uma boa vitória do São Paulo, embora a queda da negativa série de jogos sendo vazado não deva ser superdimensionada apenas pelo placar, como o próprio Diniz comentou na coletiva.
Muito do que se viu foi parecido com jogos anteriores, seja pelas virtudes ou fragilidades. Partidas geralmente são definidas por detalhes, mas o que costuma mudar boa parte do discurso e do ambiente é, basicamente, o resultado.
Se a diretoria já não acredita no trabalho e demitiria em caso de placar negativo, virou apenas mais um caso de resultadismo pautando as decisões e repercussões no futebol brasileiro.
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