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Rafael Oliveira

Lyon pode ser bom recomeço para Paquetá após decepção no Milan

Lucas Paquetá, durante partida pelo Milan - Mattia Ozbot/Soccrates/Getty Images
Lucas Paquetá, durante partida pelo Milan Imagem: Mattia Ozbot/Soccrates/Getty Images

Colunista do Uol

29/09/2020 12h45

Quando Lucas Paquetá chegou ao Milan, as expectativas eram altas. Um jovem meia brasileiro, valorizado pelo bom nível apresentado no Flamengo e que chegou causando um impacto positivo imediato.

As comparações com Kaká eram inevitáveis, ainda que exageradas, mas mostravam também a carência do torcedor em uma década tão aquém da grandeza histórica do clube. O Milan teve anos muito ruins e turbulentos. E as transformações são constantes.

Muito mudou em pouco tempo. Basta lembrar que, no início de 2019, Paquetá e Piatek eram considerados os pilares da reconstrução da equipe. Ambos caíram rapidamente de produção e se tornaram negociáveis.

O primeiro semestre de Paquetá foi positivo, com Gattuso no comando. Depois, Marco Giampaolo teve uma passagem meteórica e Stefano Pioli assumiu. Não foi por falta de oportunidade para o brasileiro.

Ele foi escalado, em diferentes funções e funcionamentos coletivos, é verdade. Mas não correspondeu, enquanto outros nomes conseguiram dar a volta por cima. Çalhanoglu talvez seja o principal exemplo. Recuperou confiança e prestígio. Hoje é peça importante para Pioli, que também tinha enorme rejeição e terminou a temporada 2019/20 valorizado.

Paquetá ainda é jovem e tem potencial. Tem qualidade técnica, capacidade física e versatilidade para executar diferentes opções táticas. Mas precisa urgentemente recuperar a confiança e voltar a apresentar melhor desempenho.

A mudança de ares pode ser positiva. E o Lyon pode ajudar no processo, embora hoje deixe outras dúvidas em relação ao encaixe para o treinador Rudi Garcia. Possivelmente será a reposição para Aouar, valorizado meio-campista que tem sido muito desejado no mercado europeu.

Não é uma lacuna fácil de preencher imediatamente, caso aconteça. A questão principal é ver que tipo de espaço ocupará e se voltará a ser o meio-campista promissor que já foi - em um passado bem menos distante do que parece, mas que já é tempo suficiente para falar em decepção no primeiro clube que defendeu na Europa.