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Rafael Oliveira

O quebra-cabeça na possibilidade de Arthur na Juventus

Arthur em ação durante treino do Barcelona - Reprodução/Instagram
Arthur em ação durante treino do Barcelona Imagem: Reprodução/Instagram

23/06/2020 14h35

Não é oficial, mas o tema tem sido notícia frequente. O que esperar da possível troca entre Barcelona e Juventus? Arthur por Pjanic?

A estrutura de jogo de Sarri pede um "regista", aquele meio-campista mais recuado que arma e participa ativamente da distribuição. Hoje, Pjanic faz a função na Juve. Começou muito bem, mas caiu de produção em 2020, tem sido questionado e entra em diversas especulações.

No Napoli de Sarri, Jorginho fazia tal função em altíssimo nível. Depois, foi levado ao Chelsea pelo treinador. Na Juve, Pjanic parecia encaixar perfeitamente na ideia, mas algo aconteceu para uma quebra tão radical de confiança.

Segundo a Sky Sports, o projeto de Sarri é apostar no brasileiro como seu novo Jorginho, no sentido tático. Parece interessante e pode ser um válido recomeço após o decepcionante início na Catalunha, mas exigiria adaptação a um papel novo e diferente para ele.

Do ponto de vista do Barcelona, a venda de Arthur seria uma forma de fazer caixa. Mas e a eventual compra de Pjanic? Faz sentido desistir de um jogador ainda promissor para ter outro mais velho que não preenche a lacuna do elenco? Embora tecnicamente seja um excelente nome, taticamente, o negócio é questionável.

O Barça tem Busquets e De Jong como opções para a saída de bola. O que faz falta é um meio-campista capaz de receber mais avançado e infiltrar, até para compensar os movimentos de Messi e Griezmann, que muitas vezes buscam áreas parecidas do campo. Hoje, apenas Vidal oferece tal perfil. Pjanic até já jogou mais adiantado no início da carreira, mas cresceu justamente ao ser recuado.

No fundo, mesmo sendo dois bons jogadores, a "troca" não parece muito lógica. Talvez seja válida para o Barcelona pelas finanças. Como investimento, parece mais interessante para a Juventus.

Para os jogadores, são recomeços. Pjanic perderia protagonismo após anos como o centro da organização do time e teria muito mais concorrência. Já Arthur pode ganhar prestígio com a transformação, mas precisará se adaptar, e é difícil prever se Sarri ficará por tanto tempo no comando, já que o desempenho recente gera rejeição.

Por enquanto, é um enorme quebra-cabeça. A começar por não envolver peças automaticamente visualizadas nas novas equipes. E também por não serem os complementos mais naturais para os elencos que encontrarão. Se der certo no novo projeto, Arthur pode dar um salto que dificilmente daria ao lado de Busquets.