Um olhar para os primórdios do futebol

Com o mundo do esporte parado durante a pandemia do coronavírus, o público procura outras formas de entretenimento. Em casa, cumprindo as orientações das autoridades sanitárias, as séries viram uma alternativa bastante comum.

Nos últimos anos, o futebol tem sido mais explorado. Os conteúdos de bastidores se tornaram o principal foco, mas também há muito o que contar ao longo da história, por mais que a simulação de lances não costume ficar tão convincente ou realista.

"The English Game", na Netflix, é a bola da vez. Entre ficção e realidade, são feitas muitas adaptações nos capítulos daquele período, vivido na década de 1870, ainda antes da criação do Campeonato Inglês. O foco é a FA Cup, a Copa da Inglaterra que existe até hoje.

Sem entrar no mérito dos erros históricos (ou "licenças poéticas", considerando que é uma obra de ficção), tirando o lado dramático da trama, os elementos básicos retratados são verdadeiros.

O futebol, em sua origem, como um conflito de classes. E que teria cada vez mais influência direta dos trabalhadores das fábricas nas regiões industriais que se tornariam referências do esporte na Inglaterra. Inclusive para entender a relação de determinados clubes com a comunidade local, característica marcante até os dias de hoje.

Outro ponto real é a disputa de visões no entendimento sobre o que era o jogo. Ainda que de forma muito primitiva, a percepção escocesa de que os passes poderiam ter papel importante, estratégia que sofreu resistência dos ingleses.

Consequentemente, as primeiras formações táticas eram criadas e modificadas. Antes, um jogo voltado para a força e os ataques desordenados. Depois, o início de uma maior noção de que os espaços poderiam ser aproveitados de forma mais racional.

Não é uma série para ser tomada como verdade dos fatos da época, mas, além de entreter, ela apresenta um válido contexto do que era o futebol em seus primórdios.