Temporada 2019/20 reforçava o novo equilíbrio de forças na Champions
Com o futebol parado pelo mundo, chegou a hora de olhar para trás. Avaliar não só o que acontecia até então, mas também rever capítulos e períodos históricos do esporte.
Em 2019/20, a Liga dos Campeões repetia um cenário visto na temporada anterior. O equilíbrio era a grande marca de um torneio tão importante.
Se boa parte da década foi relativamente previsível, com Real Madrid, Barcelona e Bayern encabeçando a lista de naturais favoritos aos títulos, os últimos dois anos apresentaram uma mudança na ordem de forças europeias.
O fim da era Cristiano Ronaldo interrompeu também a série de títulos do Real Madrid. As saídas de Ribéry e Robben marcaram o fim de uma fantástica geração no Bayern. E as dificuldades coletivas aumentaram a dependência de Messi para tentar levar o Barça adiante.
Assim, estava aberta a porta para um grupo de candidatos. E a Champions League 2018/19 já mostrou uma imprevisibilidade maior, com grandes confrontos e o resgate das surpresas, discretas no cenário anterior.
De repente, Ajax e Tottenham viraram os protagonistas de uma bela edição do torneio europeu. Mas não foram os únicos. A realidade é que, agora, a competitividade englobava bem mais equipes. E 2019/20 viria para reforçar a tendência.
A fase de grupos da atual temporada teve Slavia Praga, Red Bull Salzburg e Dinamo Zagreb como exemplos de eliminados que venderam caro e deram trabalho aos gigantes. Atalanta e RB Leipzig se classificaram para as quartas com enormes méritos. E as oitavas, mesmo que interrompidas pelo coronavírus, sinalizavam novamente um duro desafio para qualquer candidato.
O embalado campeão Liverpool caiu logo no primeiro mata-mata. A favorita Juventus foi derrotada pelo Lyon na ida. O Barcelona teve dificuldades contra um irregular Napoli.
Hoje, é impossível traçar qualquer previsão sobre quando a Champions voltará, ou de que forma a pausa impactará mais ou menos para determinado clube ou país. É difícil saber até se o formato tradicional será preservado, diante do calendário já muito afetado. Mas o retrato recente (e anterior ao problema de saúde pública global) era o de uma relevante mudança em andamento no futebol europeu.
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