Palmeiras dos atacantes pode funcionar, mas precisa de ajustes
A vitória por 2 a 0 sobre o Tigre, na Argentina, foi um bom começo de Libertadores para o Palmeiras. Já a atuação não foi das mais convincentes ou seguras. A tentativa de um time com Dudu, Rony, Willian e Luiz Adriano apresentou virtudes e problemas.
Não é uma questão do número de atacantes, assim como não é imprescindível a figura de um meia armador. E sim de funcionamento coletivo. De como encaixar as características sem perder equilíbrio. Isso requer ajustes e tempo. Alguns princípios estão claros.
Para Luxemburgo, é fundamental que Dudu tenha liberdade para circular pelo ataque, sem ficar preso a uma faixa do campo. Desde o início do ano, a intenção é que jogue solto, podendo buscar o setor da bola e, mesmo na nova formação, funciona como um segundo atacante no momento defensivo.
Com Rony e Willian nas pontas, o Palmeiras tenta ter profundidade pelos dois lados. E a esquerda se apresenta como um caminho a ser explorado, aproveitando os avanços de Matias Viña.
Não é um Palmeiras disposto a manter a posse por longos períodos. A saída é curta, com o apoio do improvisado Gabriel Menino, mas Bruno Henrique e Felipe Melo são encorajados a buscar lançamentos, especialmente em diagonais para a esquerda, onde Rony é o alvo e tem velocidade para receber no espaço vazio, enquanto Willian fecha na área pelo lado oposto.
A forma direta de atacar parece clara e pode funcionar. Precisará de constante movimentação do quarteto ofensivo, gerando opções de passes mais verticais para os volantes. O desafio é ter efetividade e preencher o meio quando o jogo exigir maior cadência e paciência, contra adversários recuados e que encurtarão o campo.
A resposta poderá ser a intensidade sem bola. Mas não basta correr e ter fôlego. É necessário ter coordenação para evitar os buracos vistos diante do Tigre. A dupla de volantes ficou exposta e o Palmeiras teve diversos momentos de dois blocos distantes, quando os quatro da frente pouco contribuíam.
Pressionar no campo de ataque será chave para manter o equilíbrio. Forçar recuperações de bola ainda na frente é uma forma de defender e atacar. Evita que a defesa fique vulnerável e permite que a equipe volte a acelerar a cada retomada, usando a explosão dos homens de frente. O primeiro gol nasce de uma boa antecipação de Gabriel Menino.
Se o Palmeiras não quer ser a equipe da posse lenta (e a posse por si só não representa nada), terá que administrar a partir do ritmo. Pois a definição rápida dos lances também significa dar mais vezes a bola ao adversário. Diante do Tigre, faltou muito para uma atuação mais completa e segura. Não foi capaz de reter a bola e também não teve agressividade suficiente para evitar os espaços até o segundo gol garantir os três pontos.
É possível jogar de diferentes maneiras e os atacantes oferecem características compatíveis para a formação testada, mas será necessário evoluir para atingir melhor nível coletivo.
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