Como é estar na Copa do Mundo num país (quase) em guerra?
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Sábado à noite e o cenário era o bar de um hotel repleto de torcedores da Copa do Mundo de Clubes, a maior parte palmeirense, em Miami. Um deles virou-se em minha direção e perguntou se podia dar a má notícia: "Parece que os Estados Unidos atacaram o Irã."
Levou alguns segundos para processar a informação e compreender a dimensão da notícia. Não para o mundo, muito mais fácil de entender. Numa esfera muito menor, o impacto em nossa própria vida mundana: é minha primeira vez num país em guerra.
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Como complemente desta coluna publicada nesta segunda-feira, na Folha de S. Paulo.
Numa conversa rápida e por mensagem com o eterno repórter Pedro Bial, perguntei como ele se sentia estando em Bagdá, na época da Guerra do Golfo, em 1991. Ou mesmo em Londres, que também entrou na guerra.
Sua reflexão é absolutamente especial.
"Na história dos Estados Unidos, raro é o dia em que o americano não estava envolvido em alguma guerra. Desde sempre, em algum front estavam envolvidos. A guerra é um fato da vida nacional. O outro lado, estar no Irã ou Israel, a guerra ganha uma concretude. Do ponto de vista de dentro do império, é um fato da vida, a não ser que comece a mexer nos preços. Se não, a vida vai seguindo, o país vai andando. Essa esquizofrenia de uma sociedade em que até a guerra é um espetáculo, uma atração oferecida pelo entretenimento."
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