Plano Fifa funciona e Mundial começa com estádio cheio por árabes e latinos
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De Miami
As arquibancadas do Hard Rock Stadium tinham diferentes tons de vermelho, do rosa do Inter Miami ao encarnado do Al Ahly, demonstração de divisão entre argentinos e egípcios. Também havia uruguaios, colombianos e brasileiros torcendo por Messi e povos árabes misturados a favor do time mais popular do Egito. "Somos 3 mil, talvez 3.500", afirmou o torcedor Ahmed Taher, pela manhã.
O número pode ter sido o dos que vieram do Egito. Porque havia muito mais, entre os imigrantes. Um menino carregava a bandeira do Egito, ao lado do tio com camiseta do Liverpool, com o nome de Mohammed Salah nas costas.
Do lado do Inter Miami, quase todos eram argentinos. Muitos torcedores do Boca. Questionado por Flávio Latif, repórter do Uol, se poderia dizer quais os favoritos do Grupo A, o torcedor identificado como Tomaz se esquivou: "Sou torcedor do Boca. Estou aqui por Messi." Latif insistiu e Tomaz seguiu: "Quais são os times do Grupo A?"
Classificação e jogos
Tomaz veio de Córdoba para Miami, mas muitos eram moradores da Flórida, brasileiro de Arkansas, uruguaio de Fort Lauderdale, egípcios residentes nos Estados Unidos. A alma de qualquer torneio de futebol nos Estados Unidos está nos imigrantes, latinos ou islâmicos. Tudo o que Donald Trump rejeita.
O estádio não estava lotado, mas o plano da Fifa de diminuir o preço dos ingressos e distribuí-los em escolas funcionou. Houve depoimentos, como da argentina Agustina, de que estudantes coletaram bilhetes em troca de US$ 2. Outros depoimentos de que escolas compravam ingressos a US$ 20 e recebiam três outros gratuitos.
Fato é que os preços diminuíram e resultaram num público de 60.907, para um estádio com 64.747 lugares. Se não estava esgotado, os lugares estavam muito bem ocupados. Sempre de latinos e árabes.
Não foi um ambiente de futebol com torcedores exaltados, empurrando seus times à frente. O jogo foi frio, com mais emoção no primeiro tempo de domínio do Al Ahly. O pênalti perdido por Trezeguet, aos 43 minutos do primeiro tempo, foi a melhor oportunidade da partida. O goleiro Ustari, campeão mundial sub-20 em 2005 junto com Messi, fez a defesa.
Na segunda etapa, houve frisson numa cobrança de falta de Messi, na rede pelo lado de fora. O telão do estádio mostrou torcedores argentinos gritando gol segundos depois de Messi lamentar o chute para fora.
Vá lá...Em 1994, houve torcedores ao meu lado perguntando o que era impedimento (eu juro!) e foi a Copa do Mundo com maior média de público em todos os tempos.
Nos acréscimos, Messi chutou na trave, quase da linha lateral.
A Copa do Mundo de Clubes começou com um 0 x 0 chato.
Mas os povos latino e árabe deram vida ao primeiro dia da competição.
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