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OpiniãoEsporte

Os compromissos inadiáveis do novo comando da CBF

Em sete dias como candidato, Samir Xaud colecionou quatro reportagens sobre sua trajetória política, da tentativa de regularizar terras em área de proteção ambiental, mostrada por Lúcio de Castro, à ação por improbidade apresentada ppr Igor Siqueira.

Está eleito. A partir deste momento, seu grupo político precisa atender às urgências para a recuperação do futebol cinco vezes campeão mundial.

Ponto positivo é que não haverá o centralismo de Ednaldo Rodrigues, a quem também se acusa pela incompetência. A divisão de poder deve ter Gustavo Feijó, ex-Federação Alagoana, como chefe das seleções.

A este, cabe delegar a quem sabe fazer, não economizar em contas mesquinhas, dar condições de trabalho e cobrar comprometimento de jogadores e comissão técnica de alto padrão no futebol mais moderno do planeta.

Deixe fazer quem sabe fazer. Rodrigo Caetano e Juan devem seguir até a Copa do Mundo com Carlo Ancelotti.

Flávio Zveiter deve comandar competições. Sua missão é ser a ponte para a criação da liga única, que propunha ao comprar os direitos do livro "The Club" (A Liga) , compilação de histórias boas e outras nem tanto sobre a construção da Premier League.

Sem olhar para interesses específicos de algum lado, Zveiter pode ajudar. Sabe que a Liga Inglesa transformou lixo em ouro por ser construída como plataforma econômica, não política, como na Itália, onde o ouro virou lixo.

Zveiter pode ajudar a plantar uma linda árvore, onde raiz e tronco sustentem galhos de diferentes tamanhos. Até hoje, a tentativa de formar a Liga, no Brasil, tratou de proteger alguns galhos sem notar que podiam contaminar toda a árvore e deixá-la doente.

O futebol brasileiro está assim, doente.

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Samir Xaud precisa ser o líder, aglutinador político de um grupo e de interesses diversos. Só pode haver um: recolocar o Brasil no posto de pais do futebol.

Hoje, não há outra forma, a não ser reunindo meninas e meninos, homens e mulheres de Norte a Sul, do Monte Caburaí, em Roraima, terra do novo presidente Xaud, até o Chuí.

Do Pontal do Seixas, na Paraíba, nosso extremo leste, até a serra da Contamana, no Acre, ponto mais ocidental do país.

Brasília, no Planalto Central, de gente muito influente, onde está o IDP, cabe mostrar a capacidade de transmitir conhecimento, mais, muito mais do que certificados.

A seleção mais vencedora do mundo pode perfeitamente ser dirigida por décadas por um treinador italiano. Mas precisa haver, neste país do futebol, o compromisso de torná-lo um polo de conhecimento global de futebol.

Que a CBF Academy se transforme num centro de conhecimento que o planeta precise conhecer. Que aqui se formem técnicos, preparadores físicos, massagistas, fisioterapeutas, jornalistas esportivos até... Brasileiros de Roraima ao Rio Grande do Sul, da nascente do Rio Moa ao Pontal do Seixas.

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Podia até mudar seu nome para Academia do Futebolista o do Brasil, bem mais brasileiro do que CBF Academy, que até hoje não significa nada.

Importante mesmo é mudar.

A partir desta segunda-feira, este blog encerra a cobertura crítica que fez das eleições. Passa a ser fiscal do cumprimento dos compromissos fundamentais para fazer o Brasil voltar a ser relevante no futebol mundial.

Voltar a se orgulhar de ser o país do futebol.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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