Santos tenta com Cléber Xavier sucesso de Ancelotti, Mourinho e Hansi Flick
Ler resumo da notícia
José Mourinho recebeu a equipe da ESPN Brasil no Quality Hotel, de Belo Horizonte, na manhã de 18 de junho de 2008.
Tinha saído do Chelsea e estava prestes a assumir a Internazionale. Perguntei se era verdade que tinha sido intérprete da comissão técnica de Bobby Robson, no Sporting, no Porto e no Barcelona. Respondeu:
"Eu era o intérprete, porque era o único a falar o inglês, pá!"
A frase continha ironia e um pouco da segurança, confundida com prepotência, que sempre caracterizou o gigantesco técnico português.
Mourinho era assistente técnico e tradutor por vocação, já que os demais integrantes da comissão técnica não dominavam o idioma.
O sucesso indiscutível do gajo, campeão da Champions League pelo Porto, em 2004, e Internazionale, em 2010, mostra que é possível ser fantástico como técnico depois de ter sido bom assistente.
Não é o único caso.
A atual semifinal da Champions League tem Hansi Flick como técnico do Barcelona e Mikel Arteta, do Arsenal.
O espanhol foi auxiliar de Pep Guardiola, no Manchester City, antes de seu brilhante trabalho em Londres. Os Gunners não chegavam às semifinais da Champions desde 2009. Estão lá.
Hansi Flick é um caso ainda maior. Assistente técnico de Joachim Low na campanha do título mundial da Alemanha, na Copa do Mundo do Brasil, representava o olhar tático daquela seleção que nos goleou por 7 a 1. Saiu da Alemanha depois do Mundial de 2018, foi contratado como assistente de Nico Kovac, no Bayern, e assumiu interinamente logo depois de uma goleada sofrida pelo time bávaro para o Eintracht Frankfurt, por 5 a 1, em novembro de 2019.
Enquanto a imprensa alemã especulava a contratação de Arsene Wenger,
Flick foi ficando, ganhando, ficando, ganhando. Acabou campeão da Champions League daquela mesma temporada, em agosto de 2020, em Lisboa, ao vencer o Paris Saint-Germain, de Neymar.
Carlo Ancelotti, possível futuro técnico da seleção, era auxiliar técnico de Arrigo Sacchi na final da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, Brasil 0 x 0 Itália. Vice-campeão mundial como assistente, assumiu o Parma, a Juventus, o Milan e se tornou o mais vencedor técnico da história da Champions League, com cinco troféus, três pelo Real Madrid, dois como comandante milanista.
Há exemplos contrários, como Flávio Murtosa, no Palmeiras, de 2002, ou Domenec Torrent, ex-Guardiola, fracasso no Flamengo de 2020. Mas Flick, Arteta, Mourinho e Ancelotti avalizam que um grande assistente pode se tornar um treinador supervencedor.
Auguri, Cléber Xavier!
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.