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Diferenças de casos e funções explicam Pedrinho do Vasco e críticas à CBF

É possível que o comentarista Pedrinho criticasse veementemente o presidente Pedrinho, pelas trocas de técnicos, de Rafael Paiva por Fábio Carille, de Carille por Fernando Diniz, quem sabe... Diniz é o favorito, é provável que o presidente do Vasco já o tenha procurado e não o fez antes, porque o técnico campeão da Libertadores pelo Fluminense estava empregado no Cruzeiro.

Pedrinho pode ser criticado pela incoerência entre o que defendia como comentarista e executa como presidente, mas as funções são diferentes e, especialmente, as pressões são outras.

É triste, mas a sociedade, leia-se, imprensa e torcidas, cobra as mudanças. Não se trata de ser paixão, porque não é, nem de ser latino, porque o Real Madrid é e se Carlo Ancelotti deixar o clube será só no final da temporada, não por ter enfrentado o Barcelona três vezes na temporada e derrotado em todas, por 0 x 4, 2 x 5 e 2 x 3. Não! Ele cumpre a temporada e depois se vai, provavelmente.

Quem bate à porta do presidente é a intransigência, presente também entre comentaristas. Não era o caso de Pedrinho.

Outra diferença é a manifestação de Marcelo Paz, CEO do Fortaleza. Há 22 dias, o presidente do Sport, Yuri Romão, foi duramente criticado por este comentarista por reclamar da arbitragem apenas 12 dias depois de participar da reeleição unânime de Ednaldo Rodrigues para a CBF. Marcelo Paz fez a mesma coisa. Há duas diferenças. Paz não pediu a exclusão do árbitro e falou em investimentos técnicos na arbitragem.

Votar em um dirigente ou presidente da República dá o direito de, depois, criticar sua gestão. Isso vale para Yuri Romão e para Marcelo Paz. Depois do episódio, telefonei para Romão e pedi desculpas pelo tom com que me relacionei com ele. Não pelo conteúdo. A conversa já foi relatada no programa De Primeira, do Canal UOL.

A diferença entre Paz e Romão está no tempo.

O Sport reclamou justamente de um erro de arbitragem onze dias depois de ter votado no presidente da CBF que tirou R$ 60 milhões de um projeto em arbitragem e pagou R$ 75 milhões em mesadas de presidentes de federação, de acordo com reportagem da revista piauí. Onze dias é muito pouco. Hoje faz 34 dias da eleição, já houve uma semana de treinamentos presenciais dos árbitros no Rio.

Tanto Yuri Romão quanto Marcelo Paz têm o direito de contestar a gestão da arbitragem brasileira. O melhor tempo para isso é a hora do voto. Mas, não, este comentarista não retirará o direito à crítica aos árbitros nem à gestão da CBF.

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Até porque se calar contra os inúmeros equívocos e notícias de comportamentos não republicanos não seria o melhor remédio para a gigantesca crise deste ex-país do futebol.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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