Os prós e contras do possível retorno de Jorge Sampaoli ao Santos
Ler resumo da notícia

O título da biografia de Jorge Sampaoli, escrita por Pablo Paván, é revelador:
"No escucho y sigo."
Sampaoli é assim mesmo: não escuta e segue.
O problema é que o Santos atual precisa de alguém que participe de seu projeto de reconstrução com ideias claras sobre como jogar, reformar o Centro de Treinamento, os métodos de captação de jogadores jovens e contratações de atletas que se encaixem ao modelo.
Alguém que fale e também escute.
Sampaoli não é este cara.
Por outro lado, ninguém expressou tão bem o jeito de o Santos ser e sentir-se quanto o treinador que deu olhos aos meninos da árvore, próxima ao Centro de Treinamento Rei Pelé.
Sampaoli é um treinador excepcional, em teoria. Na prática, um colecionador de problemas e desafetos. Entende e pode conversar em português, com seu sotaque de Santa Fé. Em bom idioma do Brasil ou em espanhol argentino só não é capaz de dizer "bom dia" nem "muito obrigado."
É quase uma piada, mas há relatos impressionantes desta personalidade rara, em suas passagens pelo Atlético, pelo Flamengo, também pelo Santos. É genial e genioso, o que dificulta as relações de trocas de experiências, tão necessárias neste momento.
O Santos vive profunda crise de personalidade.
Sabe que o plano de qualquer clube, no ano do retorno à Série A, é permanecer.
Por outro lado, a contratação de Neymar dá à torcida ambição e ansiedade de voltar a disputar tudo, como se estivéssemos em 2010.
Dos últimos doze técnicos do Santos, só Fábio Carille conseguiu a proeza de ficar de janeiro a dezembro.
E, no entanto, foi criticado pela torcida, principalmente depois que a possibilidade de retornar ao Corinthians não foi refutada de pronto.
Havia quem não gostasse de seu estilo de jogo, mas a crítica severa mesmo foi por causa da negociação não abortada.
O Santos precisa jogar ao seu modo, cativar a torcida, de preferência recuperar Neymar e, se não der, compreender-se como é: gigante.
Se o clube é maior do que Pelé, por que não seria superior à vontade de Neymar? E de Sampaoli, então.
O Santos só precisa ser Santos. Não está fácil.
O presidente santista, Marcelo Teixeira, não confirma nem desmente negociações com o técnico argentino. A contratação do treinador está a cargo do CEO santista, Pedro Martins.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.